Quinta-feira, 22 de dezembro de 2016 - 05h20
Em sua primeira visita oficial a Ji-Paraná, o governador do ainda Território Federal de Rondônia, Jorge Teixeira, foi recebido por autoridades e políticos locais e acompanhado de todo o seu recém-formado secretariado, foi participar de uma reunião no palácio Urupá, sede da prefeitura e tomar conhecimento da situação do Município.
A população compareceu em grande número para conhecer o tão propalado “Coronel Teixeirão”, que iria transformar Rondônia em um futuro e promissor Estado, ver e ouvir o que de bom estava trazendo para a região.
Na ocasião falaram lideranças locais e políticos, entre eles Assis Canuto, Waldemar Camata, Jotão Alcides Paio e de repente apareceu um sujeito grandão, meio desengonçado, cara redonda, cabeludo e barbudo e tomou a palavra.
- Senhor governador bom dia; meu nome é Claudionor Roriz, cearense e médico, estou aqui porque sou médico clínico geral e atendo todos os pacientes que me procuram e se a pessoa não tiver como pagar em dinheiro, tudo bem, aceito o pagamento em galinhas, porco, ovos e etc. E continuou; Vivemos em uma região que está sendo desbravada, colonizada sem ajuda nenhuma de nenhum órgão federal e muita gente veio prá cá atendendo o apelo do Governo Federal para colonizar a Amazônia, especialmente Rondônia e devido ao desconhecimento das pessoas que estão vindos de muitos Estados brasileiros, sobre o clima insalubre daqui, o índice de pessoas doentes é muito alto. A malária, diarreia e doenças tropicais estão dizimando os colonos recém chegados.
Os senhores acabam de construir um enorme presídio com capacidade para 600 presos! Para que?
Nós não precisamos de penitenciária e sim de hospitais, médicos, remédios. e enfermeiros para cuidar de nossos inúmeros doentes.
Foi aplaudido por todos os presentes no pequeno e improvisado auditório.
Teixeirão surpreso com a figura à sua frente acendeu um cigarro e disse que não tinha ainda conhecimento de muitas coisas e que iria visitar o tal presídio e ver o que poderia fazer.
Assim que acabou a reunião ele procurou saber quem era aquele “comunista”. Foi informado que era um médico muito querido, respeitado e com uma forte liderança na região e tinha um agravante, ele era ligado ao pessoal das “esquerdas”.
Logo depois do almoço, Teixeirão juntamente com uma comitiva foi até o local onde foi construído o presídio. Um moderno prédio pintado de branco, com acabamento, selas individuais, enormes salas, banheiros e uma grande cozinha. Ficou impressionado com a estrutura e chamou o Villar - Secretário de Obras. José Renato da Frota Uchoa, Zizomar Ferreira, Assis Canuto, Jotão e Fouad Darwich Zacarias para uma reunião e após muitas discussões ficou uma sugestão feita ao Teixeirão; de transformar a penitenciária em um moderno hospital regional.
Foi aí que aconteceu a grande jogada do Teixeirão. Ele mandou chamar o “comunista” Dr. Claudionor Roriz (foto acima) e fez a seguinte proposta/aposta:
- “Se eu conseguir transformar o presídio em hospital regional, você passa a fazer parte da minha equipe e assina a ficha do PDS?"
Claudionor arregalou os olhos, passou a mão pela barba e cabeleira e falou meio gago:
- “Se o Sr. conseguir fazer isto, eu assino a ficha e vou lhe ajudar no que for possível”.
Na segunda feira seguinte, Teixeirão foi a Brasília, juntamente com o Dr. Rochilmer Rocha e Fouad Darwich Zacarias, levando um álbum com fotografias da penitenciária, feitas pelo fotógrafo Rosinaldo Machado, e foi para uma audiência com seu particular amigo Ibrahim Abi Akhel, ministro da Justiça e conselheiro do presidente Figueiredo.
Após longa conversa e explicações, Abi Akhel (Terno escuro/foto acima) se convenceu da necessidade de transformação do presídio para hospital e, juntamente com Teixeirão e Arcoverde - Ministro da Saúde - foram ao presidente Figueiredo e mostraram a situação e disseram que era viável a proposta.
Figueiredo olhou para o Teixeirão e falou: "Meu SARGENTÃO, é isto que queres"? Teixeirão disse: Presidente é uma urgente necessidade, tem muita gente chegando a Rondônia e não temos uma mínima estrutura hospitalar para atende os migrantes.
O presidente Figueiredo mandou que fosse redigido em caráter de urgência um documento que transferisse o imóvel, do Ministério da Justiça para o da Saúde e com o financeiro suficiente para modificar o enorme prédio em hospital.
Na sexta-feira seguinte, no hotel do Amiguinho, Teixeirão mandou um emissário buscar Claudionor Roriz e com aquele velho sorriso de vencedor lhe disse:
- “Aqui estão os documentos do futuro hospital Regional de Ji Paraná, e você será o responsável por ele”.
Dr. Claudionor Roriz assinou a ficha do PDS e se tornou um de seus mais fiéis e competentes colaboradores.
Fotos: Rosinaldo Machado
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