Sexta-feira, 5 de novembro de 2010 - 17h08
A solidão, que é tida como penosa por muitos, pode ser uma bênção.
Por vezes precisamos desse encontro com nosso eu para dialogarmos conosco em busca das respostas que somente essa condição libertadora nos oferece. Só a solidão permite nossos desabafos inconfessáveis.
O homem, como sabemos, é um animal social. Ele precisa compartilhar sua existência com outras pessoas para ser feliz. Mas isso não significa que momentos de solidão devem ser tidos como tão doídos e até insuportáveis. Ao contrário, a solidão pode nos proporcionar muitas surpresas agradáveis como, por exemplo, a descoberta de nossas novas aptidões, novas forças materiais e emocionais.
É sobremaneira enriquecedora a experiência de vivenciarmos situações em que dispomos apenas de nós mesmos para concluir. É assim que esculpimos em nós, ainda que de um jeito doloroso quando precisamos fazê-lo com cinzel, um ser de melhor qualidade.
A solidão nos oportuniza um enfrentamento com alguém que deveríamos conhecer mais: nós mesmos. Ao encararmos nosso eu no recôndito espaço de nossa individualidade, podemos vê-lo despido das roupas e camuflagens que somos instados a usar quando no convívio social.
É o eu diante do eu.
Se nesse encontro houver desencontro, eis o primeiro sinal para nos reencontramos com quem verdadeiramente somos. Afinal, para fazermos adequado uso de nós mesmos precisamos saber de nossa competência para transpor os diversos obstáculos que a vida nos submete.
Tendo a consciência de nossa verdade pessoal, podemos escolher os caminhos a seguir para vencer nossas fraquezas e potencializar ainda mais nossas capacidades. "Jamais encontrei companheiro que me fosse mais companheiro que a solidão", confessa Henry David Thoreau, filósofo americano.
Desde cedo devemos nos preparar para conviver com a solidão. E isto significa ser uma pessoa com quem possamos conviver de modo cômodo, agradável e respeitoso. O que dói na solidão é o que rejeitamos de nós. Afinal, se somos uma boa companhia, não há motivos para sofrermos quando estamos a sós. Jean-Paul Sartre, escreveu: ”Se sentes solidão quando estás a sós, estas mal acompanhado”.
É na solidão que somos múltiplos, diversos. Somos nós sem máscaras. Nós e os outros que habitam em nós. A solidão é o espaço mais disponível, barato e seguro para nos expressarmos com plenitude. Por isso, a liberdade deve à solidão seu melhor aconchego. Bendita solidão!...
Fonte: Viriato Moura - viriatomoura@globo.com
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