Segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010 - 08h53
Revolucionário é aquele que busca a inovação, a originalidade e a possibilidade de renovar os padrões estabelecidos. O revolucionário é, portanto, favorável às transformações radicais, às mudanças.
O revolucionário digno de crédito prima pela coerência em seus discursos e atos. Não dissocia o dizer do fazer.
Em tese, uma proposta revolucionária precisa convencer pela lógica para ter respaldo da inteligência. Convencimentos por outras vias são opcionais porque não respondem a todos os questionamentos. São os convencimentos sentimentais, pela fé, e assim por diante.
Um verdadeiro revolucionário precisa, antes de tudo, acreditar, estar convicto da revolução que propõe. Do contrário, dificilmente, ainda que seja um farsante nato, conseguirá convencer a muitos por muito tempo. Porque o que prega não emana verdade; não é sua verdade. Mais cedo ou mais tarde sucumbirá a si mesmo.
O revolucionário convicto da revolução que propõe há que ser um líder. Precisa ter coragem, desprendimento. Em qualquer enfretamento é ele que estará no comando, principalmente de si mesmo, para não demonstrar falta de fé na vitória. Jamais trair seus seguidores, aqueles que nele confiam. No momento em que o navio de propostas sob seu comando começar a naufragar, ele deve ser o primeiro a avisar a todos os demais passageiros que a desdita se avizinha. Caso não tenha um plano alternativo para salvá-los, é melhor capitular com dignidade que submetê-los ao sacrifício. Sacrifício este seguro apenas por seu orgulho de não se dar por vencido.
O revolucionário autêntico, aquele deve ser seguido, abre mão seus interesses pessoais em favor dos interesses coletivos da revolução que pretende. Tampouco a usa como trampolim para propósitos escusos, para galgar benesses individuais. Porque para ele os melhores sabores devem ser degustados por todos os que merecem. Compartilhar com justiça, eis a questão. Porque qualquer revolução que não seja fundamentada na justiça é um engodo, uma ameaça social.
O revolucionário verdadeiro é essencial para a vida. Sem ele o mundo não avança, não se transforma, não melhora. Tentar descobri-lo em nós mesmos e nos outros é uma de nossas buscas essências.
Uma condição, todavia, é fundamental: antes de nos investirmos de propósitos revolucionários, de mudanças radicais para o mundo que nos cerca, devemos promover e vencer uma revolução em nós mesmos, nossa revolução interior. É ela que, vencida, nos dará os meios de que precisamos para mudar o mundo exterior.
Do contrário, nossa revolução será apenas uma vã e pretensiosa tentativa sem chances de sucesso. Apenas isto.
Fonte: Viriato Moura / viriatomoura@globo.com
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