Segunda-feira, 22 de junho de 2015 - 18h18
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), telemedicina é uma oferta de serviços relacionados aos cuidados com a saúde quando a distância é um fator crítico, ampliando a assistência e a cobertura. Esses serviços são prestados por profissionais da saúde, usando tecnologias de comunicação para o intercâmbio de informações com vistas a promoção da saúde, proteção e redução de riscos de doenças e outros agravos, e recuperação dos doentes.
A telemedicina propicia ainda facilidades no incremento do educação continuada dos profissionais, cuidadores e demais pessoas envolvidas na assistência aos enfermos, assim como facilita pesquisas, avaliações e gestão do setor nas diversas comunidades, em particular naquelas mais carentes.
Há muito que se critica os governos pelas deficiências do setor. Essa é uma das queixas nacionais mais pertinentes e incidentes. É sempre a mesma história: a saúde no Brasil não é prioridade porque muitas unidades estão sucateadas, e faltam profissionais, materiais e equipamentos. Em consequência disso, os pacientes são mal atendidos, e as filas, longas. O problema parece não ter solução.
A extensão continental do nosso país mostra-se um obstáculo importante para que a questão seja, pelo menos, atenuada. Há também outros fatores negativos graves que demandaria uma mudança de consciência de muitos gestores públicos, que são pródigos em inaugurar unidades de saúde e péssimos em fazê-las funcionar corretamente. Para complicar, temos um montão de obras do setor paradas, vítimas da incompetência, da burocracia e, principalmente, da corrupção. Mas, vamos ser pragmáticos e fazer o que é possível fazer em nosso meio, aqui e agora.
O problema de Rondônia no que tange à saúde é, por óbvio, o mesmo de quase todos os estados brasileiros. No nosso caso, ainda temos a desvantagem de estarmos distantes dos grandes centros tecnologicamente mais bem dotados e com número maior e mais diversificado de médicos especialistas.
A maioria dos nossos municípios é carente desses profissionais e/ou de estruturas competentes para solucionar casos um pouco mais complicados. A barreira mais difícil de transpor, que as autoridades vêm tentando sem lograr o êxito necessário, é manter médicos de certas especialidades (ortopedia, neurocirurgia, oftalmologia etc.) nessas cidades do interior, mesmo que sejam remunerados de modo diferenciado.
Diante dessas limitações, resta a muitos doentes procurarem a capital em busca de tratamento. Verdadeiros comboios de ambulâncias e até ônibus trazem pacientes para Porto Velho, lotando as unidades de saúde já abarrotadas, principalmente a Policlínica Osvaldo Cruz, o Pronto-Socorro João Paulo II e o Hospital de Base Ary Pinheiro. Além de suas enfermidades, essas pessoas, a maioria delas de baixo poder socioeconômico, trazem consigo um grande problema social. Por vezes, nem sequer dispõem de dinheiro para retornarem a seus domicílios. Precisam esperar as ambulância que trazem outros doentes, para levá-los de volta. Enquanto isso, ficam ocupando leitos desnecessariamente nos hospitais públicos, ou em casas de repouso de alguns políticos.
Não há dúvida que isso precisa mudar. Mesmo que os governos tenham tentado, construindo novas unidades e contratando mais profissionais, o problema ainda continua. Houve situações, no governo anterior, que quase mil pacientes aguardavam cirurgias ortopédicas no João Paulo e em suas residências, a ponto de o Ministério Público ter de intervir para que se resolvesse a questão.
É aí que entra a telemedicina. E uma notícia alvissareira lhes posso dar, com satisfação, a propósito disso. A Secretaria de Estado da Saúde já está se mobilizando para colocar em prática a telemedicina em nosso estado. Mas ainda não havia encontrado o caminho resolutivo para atender adequadamente a demanda local nesse mister. Todavia, na semana passada, surgiu uma oportunidade através de uma empresa que nos visitou e que já tem larga experiência no assunto. Logo pensei que aí poderia estar a solução para atenuarmos de modo importante as questões da saúde ainda pendentes em Rondônia. No mesmo dia tive uma reunião com o secretário Williames Pimentel e seu adjunto Luiz Eduardo Maiorquim, que foram muito receptivos, e demonstraram estar convictos da necessidade de implantar esse tipo de serviço em nosso estado.
Espero que tudo dê certo e que o projeto logo se concretize. Afinal, a telemedicina trará um incremento na eficiência e na qualidade dos serviços de saúde, agilizará os resultados, beneficiará a economia com as poupanças de tempo, reduzirá o tempo e os custos em transporte de enfermos, médicos clínicos, especialistas, e demais membros da equipe de saúde. Num panorama como esse, grande parte dos problemas que envolve historicamente o setor terá, portanto, uma solução mais cômoda, econômica e segura. E teremos finalmente virada uma página adversa da assistência à saúde em nosso estado.
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