Sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010 - 07h27
Há pessoas ainda jovens com a mente envelhecida. Acham-se velhos, fadigados. Como caminhantes que se cansam apenas por avistar o caminho a ser percorrido.
A idade física é sempre seu parâmetro para justificar suas impropriedades, entre elas a desistência diante dos enfretamentos da existência.
Do passar dos anos, tiram o pior: as limitações. E logo as assumem como reais antes mesmo de elas se tornarem reais. Ao invés de cultivarem novos sonhos, empreenderem novas realizações, sentam-se à beira do caminho da vida e, lamuriantes, vêem a vida passar.
Assumindo a pior imagem da velhice, mesmo que este tempo ainda não lhes tenha chegado em termos biológicos, tornam-se interpretes de um melancólico ocaso antes da hora.
Se nos sentimos velhos, mesmo que ainda jovens, agiremos como se velhos fôssemos, especialmente no que tange as fragilidades desse período etário.
Mas o inverso também é verdadeiro: mesmo que o tempo tenha passado, quando agimos como se jovens fôssemos, seremos jovens. Teremos o melhor da juventude: energia, vontade e alegria de viver, projetos para o presente e para o futuro.
Começamos a envelhecer quando nossos sonhos dão lugar a lamentações. Enquanto mantivermos acesa a chama do interesse pela vida, ela, a vida, nos alimentará com o oxigênio da motivação que nos manterá jovens mais tempo.
Não devemos entregar nossa idade aos caprichos do tempo, que é impiedoso, e não ouve nossos clamores para que pare.
Porque sua única razão é passar e passar...
Fonte: Viriato Moura / viriatomoura@globo.com
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