Sexta-feira, 22 de outubro de 2010 - 17h46
Não adianta tomar como modelo, ao pé da letra, as atitudes de quem quer que seja em busca de certeza. “Mesmo que duas pessoas façam o mesmo, não é o mesmo”, ensina Arthur Schopenhauer, em “Aforismos para a Sabedoria da Vida”.
De fato, porque as situações , as circunstâncias e as diversidades dos fatos que esperam de nós ações ou omissões são diferentes.
Cada pessoa é única. Assim como cada momento também o é. O resto é aparência, superficialidade. Por isso cada acontecimento pede avaliação específica de seus prós e contras para que se decida o que fazer ou deixar de fazer.
Eis o motivo pelo qual copiar jeitos de agir que julgamos corretos não nos dão garantias plenas de acerto.
Decidir sobre ações ou omissões deve merecer uma análise pessoal aprofundada, sempre que possível, de cada situação. E isso só não é possível quando a urgência e tanta que não pode esperar. Porque somente quem vai agir ou deixar de agir deve assumir o que sua atitude representará para si e para as pessoas atingidas por ela. Não adianta buscar em outrem, mesmo em quem vivenciou a mesma situação, a resposta definitiva do que é melhor para os dilemas por nós vivenciados.
Em alguns casos, podemos até ouvir sugestões de pessoas que julgamos mais experientes, que já passaram por momentos parecidos (em algumas situações, isto é fundamental), mas a decisão deve passar por nosso crivo. Mesmo porque há circunstâncias que estão nas entrelinhas de nossa existência, que só nós temos condições de aquilatar.
Determinados acontecimentos são de pouca ou até nenhuma significância para alguns enquanto que para outros têm a dimensão da tragédia. Daí a importância de avaliar as partes envolvidas.
É preciso, portanto, que ponderemos, de um jeito maduro e sério, como nos comportar: como agir ou não agir, eis a questão. Nosso caráter, sem dúvida, será um divisor de águas nessa decisão. Mas nossas experiências de vida, nossos conhecimentos gerais , e a observação atenta do caminho que percorremos e das pessoas com quem nos relacionamos é que nos indicarão o norte a seguir. Do contrário, não haverá consonância entre o que fazemos e o que na verdade somos.
Fonte: Viriato Moura - viriatomoura@globo.com
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