Domingo, 16 de janeiro de 2011 - 20h03
Quando somos acometidos de qualquer enfermidade quando crianças nossos pais, e com mais frequência nossas mães, insistem em nos culpar, de algum modo, por essa desdita.
Quando doença é resfriado comum, é porque jogamos bola na chuva, empinamos papagaio sob o sol por muito tempo, andamos sem camisa, descalços, bebemos gelado, e assim por diante. Ou seja: o ato de brincar, de nos divertir; de andarmos à vontade, com pouca roupa, como permite nossa infância; de nos deliciarmos com líquidos gelados e sorvetes são motivos para adoecermos, dizem os adultos.
Quando o caso é de dor de barriga, diarreia, vômitos vem logo a censura: “Pudera, só vive comendo besteira, porcaria”. Qualquer acidente que sofremos é logo seguido de conclusão do tipo: “Isso aconteceu porque você não sossega.”
Não é incomum que após sermos repreendidos e culpados sem direito à defesa pelas doenças e acidentes de que somos vítimas quando crianças ainda temos que ouvir expressões de “amor as avessas”: “Bem feito, não obedeceu à mãe, olha só o resultado!”. Ou: “Bem que eu te avisei!...”
Passada a infância, achamos que vamos nos ver livre dessas acusações. Ledo engano. Elas nos acompanharão pelo resto de nossos dias. Haverá sempre alguém querendo nos culpar por ficarmos doentes, por estarmos gordos demais ou magros demais.
Como se não bastasse a doença para nos debilitar, nos preocupar, nos deprimir, ainda temos que aturar parentes e amigos (mui amigos!) repetindo que temos alguma culpa pelo nos acometeu ou por não estarmos na forma física desejável. Pode até ser verdade, como na maioria das vezes é, mas certamente que não deverá ser dita nessas ocasiões.
Uma vida saudável não precisa ser um vida de restrições radicais. O que faz mal é o excesso, o exagero continuado. Um vida em que nos privarmos de tudo que não faz bem à saúde e que evitarmos correr todos os riscos é um vida sem condimento, sem graça.
Viver uma vida assim pra quê?
Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
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