Sábado, 16 de junho de 2012 - 20h44
As constantes buscas do cotidiano nos fazem negligentes com as essências da felicidade. Essa procura sem fim de algo que por vezes nem sabemos o que é, torna-nos um tanto alheios aos nossos relacionamentos interpessoais.
Queremos ter sempre mais. A materialidade é insaciável. Um dia nosso sonho foi atingir determinado objetivo, e quando o atingimos, achamos que foi pouco, queremos mais e mais.
Viver, para a maioria das pessoas, é querer mais. Isso nos faz sempre insatisfeitos. E a insatisfação, por óbvio, é a mãe da infelicidade. Enquanto não dermos o verdadeiro valor aos néctares da vida que vão além dos bens materiais, estaremos condenados à infelicidade. Certamente que ter boas condições financeiras é um fator importante para vivermos melhor. Mas está longe de ser tudo. Há gente despossuída muito feliz, e abastada num mar desencontros. A felicidade não é diretamente proporcional ao que se tem, mas ao benquerer que se cultiva pelo que se possui.
Muitas vezes, a busca do sucesso nos faz esquecer de viver momentos sublimes com nossos entes queridos. Depois de o tempo passar, vem o arrependimento.
Qual o valor, por exemplo, de um gesto simples como o abraço sincero? Há pessoas que, frustradas, queixam-se de nunca ou poucas vezes terem recebido esse presente. Martha Medeiros, autora de vários livros de sucesso, escreveu que “tudo que você pensa e sofre se dissolve num abraço”. Pode não dissolver completamente, mas pelo menos se dilui na solidariedade de quem nos afaga.
Qual o lugar mais aconchegante e libertador que existe quando estamos carentes de atenção e carinho? Certamente que é dentro de um abraço afetuoso. Esse gesto simples que aproxima corações, que cura ressentimentos.
O abraço, diferente de outras manifestações de afeto, é permitido em todos os níveis de relacionamento, independente de sexo e idade. Quando seguido de palavras de consolo e reconhecimento, é como bálsamo que acalma os ânimos, sinaliza o perdão, sela a reconciliação.
Dar sinceros abraços é como lançar em solo fértil a semente da concórdia. Esse carinho, em qualquer situação, engrandece quem o pratica e incita bons sentimentos em quem o recebe.
Lamente-se, entretanto, que haja pessoas que se valham do abraço para camuflar intenções perniciosas e iludir incautos. Desses abraços ditos de tamanduá, livrai-nos sempre. De alguns deles, se tivermos sorte, talvez nos livremos. Não de todos. É a vida...