Sexta-feira, 18 de julho de 2014 - 19h01
Desde esta segunda-feira que o quartel da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, denominada de Príncipe da Beira, foi invadida pela arte pictórica. Essa invasão se deu face a um concurso de pintura em tela, tendo como tema a própria Brigada, que comemora 45 anos de sua presença em Rondônia.
A brilhante e colorida ideia do evento é do seu comandante, o general André Luis Novaes Miranda, recém-chegado a Porto Velho para cumprir mais uma de suas missões militares.
A tomada de “assalto” daquela guarnição foi protagonizada pelos 27 artistas plásticos (ou visuais, como hoje se prefere denominá-los), que em suas dependências instalaram sua artilharia de trabalho: cavaletes, telas, paletas, tintas, pinceis...
Ao longo da semana, durante o dia, aos poucos surgiam nas telas dos pintores concorrentes imagens criadas pelos talento e sensibilidade de cada um deles para retratar, livremente, o que captavam do ambiente, da história e dos fundamentos que envolvem nossa Brigada cuja trajetória de bons serviços prestados a Rondônia e ao Brasil são incontestáveis.
O concurso, que já se configura como um sucesso, haja vista o número de artistas participantes e, pelo que já se sabe, a qualidade das obras produzidas, visa estimular a produção artísticas em nosso meio (em primeiro momento, a pintura, mas depois virão outras artes, como a literatura etc.). Além de incentivados pelo prêmios, os seis artistas cujos quadros forem escolhidos pela comissão de seleção terão suas obras fazendo parte do acervo permanente da Brigada, o que significa perenizá-las para apreciação.
A presença de um museu de artes compondo o cenário de uma unidade militar certamente diz muito mais que o explicitado nas obras nele contidas. Não seria exagero dizer que, nesse mister, é um sinal dos tempos. Dos bons tempos de enobrecimento das percepções humanas em que soldados e armas mais ou menos letais podem, sim, conviver harmoniosamente no mesmo ambiente sinalizando para um proposta pacificadora de seres humanos.
Enquanto as belas telas enlevam os espíritos encantando-os pelas cores e pelas formas, a unidade militar que as alberga expressa seu compromisso com o mais lídimo dos sentimentos humanos, indispensável para atingir a felicidade: a liberdade. Isso, em termos de pátria, ainda impõe o adequando preparo dos próprios exércitos para defender seus cidadãos daqueles que ousarem subjugá-lo.
Eis, pois, uma procedente e eficaz simbiose: a força das artes, meio de combate capaz de aguçar percepções e esculpi-las sobre a égide das melhores virtudes, e a força militar, que detém o poder bélico e pode coibir ações deletérias, por vezes fraticidas, quando homens sem razão querem usurpar direitos e vidas.
Diante do êxito do concurso enquanto salutar competição em busca do belo, e pelo seu significado como proposta de união de forças virtuosas para a construção de um sereno e edificante estado de direito, o evento, que fará parte do calendário anual da nossa Brigada, veio para ficar.