Domingo, 22 de junho de 2014 - 11h47
Foi alvissareira, ainda que com atraso de quase duas décadas, a notícia de da inauguração, sexta-feira 20, do nosso teatro estadual. Não completamente, como já era mais do que tempo de acontecer, mas uma sala, a menor do Palácio das Artes, para 236 pessoas.
O nome escolhido, Teatro Guaporé, que faz referencia ao território que um dia foi esta unidade federativa, pelo menos não gerou a polêmica que geraria se colocassem, a revelia das cabeças pensantes desde estado, alguns nomes concorrentes, entre eles aqueles sem qualquer afinidade com as artes cênicas.
Porém, antes da primeira batida de Molière, o pessoal da coxia do poder já tropeçou no cenário. Como foi divulgado, no dia na inauguração somente convidados teriam acesso ao espetáculo e ao falatório de praxe. Tudo bem, todos concordamos que autoridades dos poderes constituídos, representantes das instituições culturais, em particular pessoas que há muito se dedicam ao teatro em nossa terra, e ainda aquelas individualmente representativas da intelectualidade local, além, por óbvio, de jornalistas e diretores de empresas de comunicação deveriam estar nessa lista.
Os responsáveis pela seleção de convidados para eventos promovidos governo são useiros e vezeiros em desobedecer os critérios que deveriam ser considerados nessas situações e, por isso, são motivo de críticas procedentes — sem falar nos gafes protocolares, também contumazes. Este articulista ficou sabendo, de viva voz, que a maioria dos nossos artistas de teatro fez parte desse rol dos esquecidos — conheço alguns que há mais de uma década se dedicam a arte de representar e, mesmo assim, não foram chamados para esse momento tão sonhado por eles, a inauguração do “nosso” teatro. Entidades como a Academia de Letras de Rondônia, entre outras que atuam no setor cultural do estado, também não. E, apenas para citar um nome pelo seu pioneirismo, tradição, publicação de livros sobre Rondônia, divulgação de nossa história em todas as mídias e ainda por ser uma das mais respeitáveis guardiãs dos valores culturais nativos, a professora Yêdda Pinheiro Borsacov, também não teve a “honra” de ser lembrada para comparecer ao evento.
Diante de mais essa desconsideração absolutamente inaceitável por parte do governo do estado para com aqueles que mereciam estar presentes nesse acontecimento importante para nossa cultura, fica claro que os critérios da escolha dos convidados para a inauguração do Teatro Guaporé foram os de sempre. Ou seja, respaldados no desconhecimento da história e no mérito de nossa gente e fundamentados em interesses outros que quase nunca atendem os interesses do povo de Rondônia — somente o desses tais, por certo.
A julgar pelas fotos do evento, a plateia ficou muito aquém da esperada pelos “organizadores”, daí não ser exagero concluir que a maior parte dos convidados pode não ter comparecido por falta de sensibilidade para esse tipo de espetáculo.
Barrados na inauguração do nosso teatro, uni-vos. Saiam da fila de espera do descaso onde se encontram, e ponham vossas inteligência e talento a serviço de movimentos legítimos, fundamentados, respeitosos porém veementemente sinceros. Como disse Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer!”. Chega de fazer parte da claque! Chega de ser bufão!
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