Sábado, 3 de dezembro de 2016 - 05h22
Quem iria imaginar que o avião boliviano que transportava a delegação da Chapecoense pudesse ter caído por falta de combustível, a chamada de pane seca? Quem de sã consciência admitiria que aviadores experientes (ou não!) fossem capazes de pilotar uma aeronave no limite máximo de sua capacidade de combustível para chegar ao destino desejado, sem considerar a possibilidade óbvia de haver algum empecilho num trajeto tão longo?
Num tempo de tamanhos avanços tecnológicos e cuidados de segurança cada vez mais sofisticados e sob controle, um avião com 77 passageiros se espatifou no chão, matando quase todos, simplesmente porque seus condutores irresponsáveis (fica até difícil achar palavra para defini-los) permitissem, tendo todos os conhecimentos necessários sobre tal risco, que isso poderia acontecer.
Diante de tamanha aberração, sou motivado a traçar um parâmetro de similaridade com o que está acontecendo há muito com o Brasil.
Nosso país continua fazendo sua rota existencial em condições limites. Dilapidado há séculos por detentores do poder preocupados— a maior deles — tão somente em se locupletar das funções que exercem, praticamente plana sobre um mar de lama sem que vetores se mostrem confiáveis para indicar como deve pousar em solo firme e seguro.
Nós, os passageiros dessa nave desgovernada, continuamos — e não sabemos até quando — à mercê de condutores que não têm se mostrado capazes de levá-la aonde merecemos. As tripulações são trocadas, mas seus propósitos e métodos parecem continuar os mesmos. Vez por outra escutamos que a turbulência logo passará e que o esperado céu de brigadeiro já pode ser avistado logo à frente. O tempo previsto para que isso aconteça passa, e os sacolejos da incerteza continuam a nos incomodar e preocupar. A sensação que temos é que, a qualquer momento, a nave cairá e poucos ou nenhum de nós se salvará.
Lamentavelmente, somos instados a continuar viajando nesse veículo em condições inseguras, posto que aqueles que o conduzem preferem nos iludir com alentadas promessas que não cumprem. Isso decorre do descaso para com nossos anseios, e de manobras na contramão desse objetivo.
Não há qualquer motivo para que se tenha dúvida: o Brasil há muito está em pane seca; no limite máximo de todas as suas possibilidades de chegar a qualquer a destino bom e seguro. Se ainda não caiu e se destroçou deve ser porque a esperança que move seu povo, sobrevivente devido as tantas possibilidades que o país dispõe, insiste em achar que esse almejado futuro, que já denota parecer utópico para esta geração, um dia chegará.
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