Terça-feira, 28 de dezembro de 2010 - 17h08
A burocracia é o sistema de administração com excesso de formalidade. Avesso ao pragmatismo, à resolutividade, o poder público no Brasil é burocrático demais, um especialista em estorvar soluções.
A burocracia não deve sentar-se à mesma mesa com a inteligência, o bom senso. Não há diálogo possível nesse encontro. Enquanto estes vão direto ao assunto, o analisam com a lógica necessária e o concluem, aquela se perde por vezes em devaneios bobos, que andam a passos lentos, fazem muitas curvas, voltam ao mesmo ponto, e chega sempre atrasada.
O sistema burocrático é essencialmente burro. Acrescentar-lhe um “r” e chamá-lo de burrocrático não seria injusto. Como se não bastasse sua lerdeza, é antieconômico, dá prejuízos. Investidores têm aversão a ele. Porque a estrutura burocrática é sempre excessiva, onerosa, perdulária. Ministérios, secretarias, superintendências, diretorias, assessorias, enfim cargos políticos de toda a ordem etc. Tudo isso mais do que é preciso. Leis, decretos, regulamentos, portarias, resoluções além de normas, por vezes até redundantes.
A máquina burocrática, por ter muitas engrenagens – muitas delas desnecessárias – , move-se com dificuldade. Por vezes uma insignificante peça que não funciona a contento é capaz de enguiçá-la. Como é óbvio, quando mais peças envolvidas , mais risco de uma delas dar defeito. E o defeito, nessa máquina defeituosa por essência, não é a exceção, é a regra.
Além de ser onerosa, lenta e perdulária, a burocracia prima em irritar aos que dela dependem. Irritam pela demora além do razoável para solucionar as questões. Além dos constrangimentos abusivos que traz para nosso cotidiano: atestados e demais documentos em demasia, reconhecimento de firma, carimbos em profusão, e assim por diante. Por sua vez, isso abre espaço para intermediários que se especializam no tráfico de influência para liberar o que nos é de direito.
O estado democrático não se compatibiliza com o estado burocrático. Porque qualquer organização que se coloca acima do cidadão fere gravemente o direito democrático. Porque o estado que usa o poder que tem para atravancar a vida de seus cidadãos e, por isso, provocar-lhe danos de toda a ordem, decididamente não pode ser considerado um estado que pratica a democracia. É apenas um estorvo, um monstrengo que, feio e torto, move-se com dificuldade obstruindo os caminhos de quem tem o direito de ir e vir com a agilidade que desejar.
Extirpar o quanto possível do sistema gerencial essa mãe perdulária do atraso, através de um choque de gestão, é uma prioridade para quem quer dar a celeridade produtiva e necessária à sua gestão.
Fonte: Viriato Moura
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