Domingo, 21 de agosto de 2011 - 11h47
Saber o que, como e quando informar adequadamente sobre o estado de saúde dos pacientes que assistem é uma arte dominada por um seleto grupo de médicos.
As faculdades de medicina não dão atenção devida ao assunto. Muitas sequer tratam dele. Esquecem que a relação médico-paciente começa por um diálogo. O médico, através da anamnese, busca obter uma histórica clínica que será complementada por exame físico e por exames complementares para que ele possa concluir o diagnostico ou diagnósticos dos pacientes que assiste.
O médico que informa o que não deve a seus pacientes pode causar-lhes danos importantes. Antes de falar, o profissional precisa quantificar e qualificar o que vai dizer ao tempo em que deve escolher o melhor momento para fazê-lo.
Há médicos, lamentavelmente, que falam para seus paciente sobre o estado de saúde deles como se eles, os pacientes, não tivessem envolvimento pessoal com o problema, não os estivessem vivenciado. Pensando alto, vão proferindo um palavreado em “mediques” que pode assustar o enfermo. Se agir assim antes de chegar a conclusão diagnóstica corre um risco maior de diagnosticar erroneamente.
Um médico especialista em diagnostico por imagem, por exemplo, não deve comentar com o paciente que examina os achados em seu exame. Simplesmente porque, em muitos casos, somente a imagem não autoriza quem quer que seja a fazer um diagnóstico de certeza. Faz-se preciso, por óbvio, que as imagens encontradas se compatibilizem com a história e com exames clínicos e laboratoriais.
O modo mais concreto e inquestionável de o médico mostrar conhecimentos que interessam a seus pacientes é curá-los ou, pelo menos, que ele atenue seus sofrimentos no limite máximo que a medicina atual permite. Portanto, primeiro ter o diagnostico de certeza; depois, informar ao paciente e até a seus afins, se for o caso, sobre diagnóstico, medidas terapêuticas e prognóstico da doença a ser tratada. No caso de doenças que põem em risco a vida do doente, jamais manifestar-se a propósito sem que o diagnóstico seja definitivo. O modo como essas informações serão dadas pelo médico a seu paciente pode fazer uma grande diferença no doravante do enfermo e até no resultado de seu tratamento.
Como se sabe, nem todas as doenças são curáveis; por isso o médico quando não tem meios para curar, deve tentar aliviar os padecimentos de seu paciente. E, mesmo quando isso não for possível, ainda lhe restará consolá-lo. A função maior desse profissional é provocar bem-estar nos doentes que assiste. Qualquer ato médico deve preservar esse pressuposto. O médico precisa ser mensageiro de alento, de esperança. Por isto, quando ainda não tiver certeza o que, como e quando informar a seu paciente sobre as condições de saúde dele, a melhor conduta é esperar essa certeza chegar. Na dúvida: cala a boca doutor!
Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
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Pedir segunda opinião médica: um dilema dos pacientes
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