Terça-feira, 25 de janeiro de 2011 - 12h39
Há quem diga que deveríamos ter duas vidas: uma para ensaiar, outra para viver.Discordo.
Sendo assim, a vida para viver certamente perderia sua melhor graça, sua motivação maior: a de ser uma aventura.
Uma aventura, eis o que deve ser a vida para ter sabores. Doces ou amargos que dão gosto ao viver.
Uma vida em que tudo fosse previsível seria um tédio. Baralho de cartas marcadas. Um blefe. Porque a motivação do jogo está em não sabermos quem vencerá. Ter essa preciosa informação é o mesmo que saber o final de um conto ou romance, antes de lê-lo; de um filme, de uma novela, antes de assisti-los.
A vida tem de ser como ela é, cheia de interrogações, dúvidas. A busca das certezas é o grande estímulo. É isso que, ao tempo em que nos angustia, nos move, nos dá razões para continuar. Como um imã, é esse estado paradoxalmente paralisante e energético que nos incita a buscar a tão querida felicidade.
Ensaiar antes, saber o que devemos ou não fazer, antever os resultados de véspera da vida para propriamente viver suprimiria de nossa caminhada existencial o mais incitante de qualquer caminhada: fazer o caminho caminhando, descobrindo-o passa a passo. Uma aventura! Depois do ensaiado para viver, nos restaria a repetição do melhor do ensaio. E repetir, mesmo as melhores coisas do mundo, induz, cedo ou tarde, ao tédio, pai da depressão.
A vida, essa grande jornada cuja única certeza é que um dia terminará, precisa ser construída a cada instante, entre dúvidas e certezas, acertos e erros, alegrias e tristezas, vitórias e derrotas. Em ebulição constante, como um caldeirão de indecisões.
Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
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