Quarta-feira, 30 de janeiro de 2013 - 17h26
CARNAVAL É FESTA DO POVO, festa sem igual. Festa do povo! Logo, se o povo não for explicitamente contemplado pelo reinado de Momo, a alegria do evento se esmaece. Pode até ficar triste.
Porto Velho já teve um dos melhores carnavais de rua da região Norte. Há quem diga que esteve entre os melhores do Brasil. Havia os animados bailes dos clubes do passado, a vibrante concorrência entre as escolas de samba, e muitos blocos tradicionais. Nesse período, respirava-se folia.
Com o passar dos anos, alguns clubes fecharam suas portas e os poucos que restaram perderam o brilho. O Baile Municipal, que abre o Carnaval da cidade, em nada se parece com aqueles promovidos pelo Sérgio Valente. As escolas de samba, de certo modo, perderam a vibração dos desfiles do passado. As memoráveis disputas entre Pobres do Caiari e Diplomatas do Samba disseminavam folia por toda a cidade. A rainha absoluta dos carnavais de rua do passado, a querida e competente Marise Castiel, comandava a turma do Caiari. Bainha, Cabeleira e seus bambas de samba, os Diplomatas.
O maior problema para os organizadores de nossas escolas e blocos carnavalescos sempre foi a liberação de verbas oficiais. Quase sempre de valor abaixo do necessário, raramente são disponibilizadas em tempo hábil. Alguns dos diretores dessas agremiações tiram dinheiro do próprio bolso para colocar sua escola ou bloco na rua. Houve alguns que assumiram dívidas além de sua capacidade de pagá-las contando com a tal verba oficial. Como não a receberam ou apenas parte dela, tiveram seus nomes registrados nas instituições de proteção ao crédito.
Algo parece muito estranho nesse contexto. Essa festa, como se sabe, acontece todos os anos. Por isso, é inaceitável que nãohaja previsões orçamentárias e financeiras para o evento. Por que as escolas de samba e alguns blocos precisam, todos os anos, passar por esse aperto, esse desestímulo, esse constrangimento? Injustificável! O Carnaval é a festa popular mais importante do Brasil – o mundo inteiro sabe disso. Desde a Roma antiga que é sabido que povo gosta de pão e circo. Tem gente que é capaz de abrir mão do alimento, mas do circo...
Lamento que o prefeito que chegou há pouco tenha que encarar esse quadro depressivo instalado em nosso Carnaval. A culpa não é dele. Não deu tempo para liberar as verbas: a burocracia não gosta de festa. Muito menos de povo.
Resta-nos a esperança de que a partir do próximo ano nosso Carnaval se recupere e faça o caminho de volta em direção aos tempos idos, que deixaram saudades nos foliões.
Enquanto esse tempo não chega, temos o Galo da meia-noite, que desfilará no próximo dia 7, e a Banda do vai quem quer, que sairá dia 9. Esses, os mais tradicionais e importantes eventos carnavalescos populares que sobreviveram – graças ao trabalho e a determinação de seus promotores.
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