Quarta-feira, 4 de setembro de 2013 - 19h15
A Assembleia Legislativa do Estado (ALE) doou ambulâncias a 30 prefeituras do interior. Os prefeitos festejaram o fato demonstrando gratidão aos deputados estaduais. Estes estão em tempo de semear...O momento é apropriado para esse tipo de benesse: é dando que se receber.
Os carros, de bom padrão pelo que se pôde observar, certamente aumentarão a frota do comboio que todos os dias traz de nossas diversas cidades interioranas pacientes para receberem tratamento em Porto Velho, mormente os necessitados de cirurgias ortopédicas.
Em suma: essas ambulâncias farão crescer consideravelmente a demanda para os hospitais (principalmente os públicos) da capital, que transbordam de enfermos.
Fizeram bem os prefeitos em receber esses veículos. Afinal, diz o dito popular, “cavalo dado não se olha os dentes”. Mas, certamente, que não é de ambulâncias que os municípios deficitários em serviços de saúde precisam para resolver seus problemas nesse setor. Essas, mudarão apenas o impasse de lugar.
Ao serem trasladados para a capital, aqueles que não conhecem as condições que terão de enfrentar, acendem suas esperanças de encontrar a solução que buscam para recobrar a saúde. Ao chegarem, deparam-se com um cenário tão adverso que os leva a questionar sobre o que vieram fazer.
Ambulâncias adequadamente equipadas não bastam. É preciso que disponham de profissionais preparados, em seu interior, durante a remoção dos doentes, para que possam transportá-los com a segurança possível. Esses, habitualmentem não acompanham os doentes, que trazem consigo apenas algum familiar para lhes dar quase nada de apoio pragmático — quando muito, sentimental.
Ao invés de ambulâncias, teria sido uma melhor ideia investir o dinheiro gasto nelas para estruturar adequadamente unidades de saúde deficitárias. O que essas populações efetivamente necessitam é de soluções terapêuticas mais próximas a seu domicílio . Como se sabe, o tempo entre o início da enfermidade e o tratamento é de vital importância no atendimento médico. Há casos que não podem esperar — se a assistência correta não for iniciada de imediato, aumentam consideravelmente os riscos de sequela e até de óbito.
As 30 ambulâncias presenteadas há poucos dias e mais as 22 prometidas pelo presidente da ALE para os demais municípios não agraciados na primeira leva, em quase nada mudará as condições de atendimento à saúde de suas populações. No que se refere a Porto Velho, a situação, que já é caótica, piorará ainda mais com essa convergência de casos vindos do interior.
Enquanto o estado não for visto como um todo pelo governo, e que não seja montado um plano com essa visão onde se possa oferecer, em unidades estrategicamente localizadas, uma medicina de qualidade, não tem secretario estadual de saúde, por mais competente e idealista que seja, que consiga o êxito desejado nessa empreitada. Salvo se for capaz de fazer milagre...
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