Domingo, 20 de outubro de 2013 - 18h11
PARECE SER PRECOCE falarmos sobre as comemorações do centenário de Porto Velho: afinal, isso só acontecerá em 2 de outubro do próximo ano. Mas não é. Se quisermos promover uma festa compatível com a que a data merece, teremos que colocar o bloco na rua desde agora. A propósito de o “bloco na rua”, creio que devemos aprender essa lição com os carnavalescos do Rio, que começam a projetar o Carnaval seguinte na Quarta-feira de Cinzas.
Como todos aqueles que acompanham o andar da carruagem governamental no quesito evento sabem, as autoridades do setor são useiras e vezeiras em arranjar desculpas esfarrapadas para justificar a não realização desses eventos: falta de orçamento, pendências com os órgãos fiscalizadores da utilização do erário, e assim por diante. Na verdade, o que acontece mesmo é o famigerado descaso com os eventos de grande significado popular. Até mesmo com aqueles que fazem parte do calendário tradicional da cidade e do estado. Mudar datas desses acontecimentos, virou moda.
Então vamos combinar, autoridades competentes: ou se começa desde logo a tomar as providências cabíveis para que, no tempo certo, tudo esteja a contento, ou as comemorações dos 100 anos de Porto Velho serão mais um fiasco.
Quando se trata de providências, além de disponibilizar orçamento para custear a festa , é preciso planejá-la adequadamente. Para que se possa fazer isso sem correr o risco do impasse provocado pela falta de dinheiro para pagá-la, a inserção orçamentária deve ser precedida do que se pretende fazer, para se tenha noção do quanto se pode gastar. Afinal de contas, já que se vai fazer (esperamos!), que se faça algo compatível com o que a data faz jus. O que não se pode é ofender a memória e o sentimento nativistas promovendo eventos mixurucas de última hora. Se for para fazer desse jeito, menos pior é nem fazê-los.
A programação deve contemplar o gosto dos diversos níveis sociais da população, e atender as demandas dos vários segmentos culturais: inaugurações importantes, lançamento de obras de escritores e artista diversos, exposições de artes visuais e concursos de artes tendo como tema Porto Velho, espetáculos de várias modalidades e eventos esportivos devem compor, ao longo de uma semana, o programa de comemoração do centenário.
Falta pouco menos de um ano para o acontecimento. Formar equipes competentes e motivadas para a atuar nas diversas áreas para que apresentem seus projetos, que devem ser adequados ao orçamento disponível para esse fim, é o primeiro passo que o gestor público deve dar para atingir o resultado esperado. Uma vez aprovados os projetos, definir o cronograma de execução tendo em vista o dia que deverão estar prontos — 2 de outubro de 2014.
Qualquer tentativa improvisada, amadorista, sem o propósito responsável de chegar, no momento certo, ao melhor resultado possível, condenará a expectativa que temos de o centenário de nossa Porto Velho ser uma memorável festa, a ser mais uma frustração nativa. Aliás, frustação faz parte do nosso calendário de eventos há muito tempo. Mas ainda não nos acostumamos porque ninguém consegue, sinceramente, acostumar-se com o descaso.
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