Sábado, 29 de maio de 2010 - 13h30
É falso e presunçoso aquele que diz que nunca se arrependeu. Porque arrepender-se faz parte das reações humanas. Porque errar é humano. E se o erro faz parte de nossa condição humana é improvável que alguém, de sã consciência, não tenha motivos para se arrepender. Quanto mais viver, mais razões terá.
O arrependimento, como as demais reações comportamentais humanas, precisa ser analisado por vários ângulos. Para alguns pensadores , como Sêneca, que é endossado por Voltaire, pode-se atribuir quase inocência pelo erro cometido a quem se arrepende. Felipe Fabre, por sua vez, diz que poucos sabem apreciar a grandeza do arrependimento.
Por outro lado, outros traduzem esse sentimento com ressalvas, como François de La Rochefoucauld , que não atribui ao arrependimento tanto remorso ao mal que cometemos, mas um temor daquilo que nos pode acontecer. “Porque o arrependimento, como o desejo, não procura analisar-se, mas sim satisfazer-se”, conclui Marcel Proust. No contexto da temporalidade, há os que acham que o remorso se esmaece com o passar do tempo.“Até a cor do arrependimento desbota (...)”, escreveu nosso poeta Drumond.
Sob o aspecto prático, de que vale o arrependimento em si? Ou seja: o fato de alguém tão-somente se arrepender de ter cometido algo. De prático, absolutamente nada. Quem se limita a ter remorso por uma atitude sua que rejeita, apenas se castiga. E sofrer pelo erro cometido não leva a nenhuma solução útil. No máximo, serve de lição, que nem sempre é posta em prática.
Sofrer solitariamente só redimirá o sofredor se ele não mais cometer o motivo de seu arrependimento, e ainda, se este lesou outrem – isto é fundamental para que se redima do dano que provocou – , que procure, a todo custo, neutralizar ou minimizar esses prejuízos, quer sejam eles materiais ou morais.
Ou o arrependimento será apenas um terrível desperdício de energia....
Fonte: Viriato Moura.
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