Quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010 - 05h50
Muitas são as pessoas que ao invés de viver a vida, preferem vê-la passar.
Passivas, dependentes, esperam acontecer; não buscam o acontecimento que desejam. Culpam os outros quando não atingem seus objetivos: “porque não foram ajudadas”. Algumas até se dizem abandonadas pelas divindades de suas crenças.
Inseguras e indecisas tantas vezes sequer dão o primeiro passo. Preferem não tentar que correr o risco de errar, de falhar, de não conseguir.
Ousar é preciso. Correr riscos faz parte da vida. É evidente que a intempestividade e a inconsequência nunca são boas parceiras. Afastemo-nos delas. Por vezes um único passo pode definir toda uma vida: para melhor ou para pior.
Analisar os prós e os contras deve ser a constante que antecede nossas decisões. Exceto aquelas em que o risco iminente impõe uma ação reflexa, impensada. E toda análise deve ser amparada pelo bom senso, ainda que nossa lógica (que é relativa em muitas situações) insista que aquela é a melhor decisão. Comedimento em dose certa não faz mal a ninguém.
Viver a esperar que o que desejamos aconteça por obra do acaso atesta descompromisso como nosso livre-arbítrio para conduzirmos nosso destino.
Desacreditar em nossa capacidade para abrir nosso caminho existencial, a ponto de precisarmos sempre de ajuda, de “muletas” para chegar onde queremos, é assumir uma dependência que limitará nosso alcance ao alcance de outros.
Receber ajuda é importante. Mas não devemos condicionar nossos propósitos a essa dependência. Porque correremos o risco de desaprender a andar através de nossos próprios passos. Definitivamente.
Fonte: Viriato Moura / viriatomoura@globo.com
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