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Viriato Moura

DESABAFO NA REDE


A internet continua sendo terra de todos. Logo, paradoxalmente, terra de ninguém. É usada com diversos objetivos, que navegam entre nobres e sórdidos. Serve, portanto, para educar e para deseducar. Porque difunde ciência e ignorância. No âmbito moral, pode catequisar para as virtudes ou cair de boca na imoralidade ou até na amoralidade.DESABAFO NA REDE - Gente de Opinião

Ao permitir acesso sem restrições, a rede não tem meios para coibir, como deveria, o que precisa ser coibido.

Entre virtudes e defeitos, a internet é uma tribuna para o desabafo. Canal de extensão inigualável, tanto na abrangência geográfica, que é mundial, quanto pelo número de pessoas envolvidas na produção e consumo das informações nela postadas. Acrescente-se, por ser fundamental, a rapidez na transmissão e recepção dessas informações.

Antes da internet , os mecanismos de censura dispunham de mais chance. Hoje, basta utilizarmos os meios de acesso à rede para podermos dizer o que bem entendemos. Com uma sutil pressão sobre um teclado mecânico ou digital, enviamos uma informação que, como um injeção na veia, não tem volta. A partir do momento em que é lançada na circulação da rede pode produzir seus efeitos.

Se a permissividade para o desabafo tem um lado muito perigoso provocador de danos irreparáveis, há outro, dessa feita terapêutico, que precisa ser visto com bons olhos. Afinal, engolir sapos não faz bem à saúde.

Faz-se preciso exercitar nossa capacidade de decidir se vamos ou não ingerir iguarias de cardápios nauseantes sem reclamar. Ou, quando as engolimos ludibriados por temperos e decorações que nos confundam os sentidos , possamos vomitá-las com todas as letras, sons e imagens. Para isso, não há remédio melhor que a internet.

Veneno em algumas situações, remédio em outras; entre ações devastadores e construtivas, assim caminha a internet. Que, definitivamente, chegou para mudar o relacionamento humano.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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