Domingo, 18 de outubro de 2015 - 09h56
O ufanismo sobre a profissão deveria ser vociferado nesta data, 18 de outubro, Dia do Médico. Esse, entretanto, na maioria das vezes, dá lugar a lamentações de uma classe que pelo nobre oficio que exerce de preservar a saúde das pessoas e banir ou atenuar seus sofrimentos físicos e mentais, merece ocupar lugar no pódio dos benfeitores da humanidade. É óbvio que estou me referindo aos verdadeiros médicos, àqueles que praticam sua ciência como deve ser e cumprem seus deveres éticos e humanitários.
Ser médico exige muito mais do que conhecimento de medicina. Ser médico exige sensibilidade para perscrutar sentimentos e anseios de seres humanos que sofrem. A boa medicina exige do médico, além de saber científico, que cultive a solidariedade e todas as melhores virtudes que um ser humano deve dedicar a outro. Ser médico não é labor para pessoas comuns. Só seres especiais deveriam ser médicos.
Nessa data, é oportuno que, mais uma vez, reflitamos, nós médicos e a sociedade em geral, sobre nossa relação. É importante que se destaque, desde logo, que não estamos em campos opostos. Mais que em qualquer relacionamento, é fundamental que estejamos voltados para o mesmo propósito de ajudarmos uns aos outros. A boa relação entre o médico, seu paciente e afins a este é um dos poderosos remédios que certamente beneficiará a todos, mormente ao enfermo. A desarmonia nessa convivência dificulta a recuperação do paciente. O profissional deverá oferecer o melhor de si em favor de enfermo que assiste, e seus afins deverão contribuir como puderem para que o projeto de cura seja alcançado. Isto não sendo possível por incompatibilidades comportamentais, melhor procurar outro médico, para o bem desde e de seu paciente.
O poder público em nosso país raramente está comprometido com a ofertada da boa medicina. Por isso a condição de trabalho dos médicos e demais profissionais da saúde não recebe a atenção devida. A precariedade, sob todos os aspectos, é a regra, não a exceção. Além disso, é comum que autoridades encurraladas por críticas da mídia pelo descaso como é tratado o setor, culpam os “governos anteriores” e os médicos por tudo que de ruim está acontecendo. Desvelados e competentes profissionais são lançados, sem dó nem piedade, na vala comum dos relapso, anti-éticos e incompetentes. O que cabe a esses assessores subservientes é defender, custe o que custar, seus “patrões” – esquecem que os verdadeiros patrões deles somos todos nós.
NOTA DO AUTOR
Neste Dia do Médico desejo a todos os meus colegas verdadeiramente vocacionados a realização de seus sonhos e, principalmente, muita saúde para que possam continuar a missão quase divina de cuidar de seus semelhantes nos momentos mais frágeis de suas existências.
Pedir segunda opinião médica: um dilema dos pacientes
Até que ponto é válido ouvir uma ou mais opiniões de outros médicos quando se quer avaliar a do médico que nos trata? Essa atitude tem resultados pr