Quinta-feira, 25 de julho de 2013 - 11h13
Lembram da promessa feita pelo governo de Rondônia, que nos assegurou encaminhar ao governo federal uma proposta com vistas à transformação da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM) em Patrimônio da Unesco, também chamado de Patrimônio da Humanidade?
Certamente que lembram. Afinal, esse alarde foi feito durante as comemorações do centenário da ferrovia, ocorrido no dia 1º de agosto do ano passado.
Na ocasião, criou-se um comitê com essa finalidade. O procurador federal Ricardo Leite, seu diligente coordenador, desde há muito vem se empenhando, até além de sua competência, em viabilizar essa projeto que traria, se concretizado, muitos benefícios para esta região, em particular para Porto Velho.
Ser um dos patrimônios da humanidade, por óbvio, é algo de grande relevância. Poderíamos captar mais investimentos privados e oficiais para a revitalização do complexo situado no entorno da estação local e de um trecho da ferrovia, atrairíamos mais turistas nacionais e internacionais, e ganharíamos visibilidade planetária, entre outras vantagens.
Não há dúvida que seria uma conquista merecida posto que a construção da estrada, dada as dificuldades enfrentadas à época em que o fato aconteceu, entre 1907 e 1912, fê-la ser considerada pelos historiadores como a maior epopeia do século XX.
Argumentos, não há dúvida, temos suficientes para aprovar o projeto, que deverá ser encaminhado pelo governo estadual ao federal e, este, após análise e aprovação, à Unesco. Certamente que com os procedentes motivos que seriam elencados e com a adesão dos principais países que participaram da construção, em destaque os Estados Unidos, nosso objetivo nativista será alcançado.
Entretanto, a despeito das promessas governamentais e do empenho de muitos para que tenhamos a nossa EFMM transformada em Patrimônio da Humanidade, o proposta encontra-se, praticamente, na estaca zero. É isso mesmo: nosso trem com destino a essa estação de destaque no cenário internacional, ainda não saiu da estação. Isso porque o projeto a ser enviado ao governo federal nem sequer foi iniciado. Não foi porque precisa ser feito por alguém que tenha experiência com esse tipo de documento, e já tenha aprovado algum — não adianta atribuir esse trabalho a aprendizes de feiticeiro, como não é raro acontecer. Inclusive a pessoa competente para executá-lo já foi identificada e está disposta a fazê-lo. Entretanto, o valor que cobrou foi considerado “absurdo” pelo governo. E simplesmente não houve o empenho devido no sentido de negociar a questão a ponto de resolvê-la.
Em suma, a sonhada ascensão da nossa lendária ferrovia à destacada condição outorgada pela Unesco, que elevaria nossa autoestima, hoje abaixo do chão, parece que vai ser mais uma frustração que teremos de conviver.
Neste 1º de agosto, a EFMM completará 101 anos. O assunto, por certo, será evitado pelo governo estadual. E o silêncio, a pior de todas as respostas para qualquer boa promessa que não é cumprida, mais uma vez é o que teremos. Quanto à frustação, condição que já faz parte do cardápio de nossa gente, terá de ser engolida sem o tempero da esperança. Lamentável!...
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