Segunda-feira, 29 de agosto de 2011 - 13h48
Há pessoas que são encrenqueiras por natureza. Gostam de aborrecer, de encher até transbordar a paciência de quem as cerca.
Esse execrável tipo de gente se acha dona da verdade e detentora de todas as virtudes. E tenta, com insistência, valer seus caprichos; custe o que custar.
Reclamam de tudo e de todos. E não estão nem aí para a verdadeira razão das coisas, das pessoas e dos acontecimentos; tampouco para o bom-senso, para o que é justo, aceitável, ou para qualquer virtude harmonizadora, conciliadora. Mesmo que atendidos em seus pleitos, na maioria das vezes continuam reclamando como se sua medida de aceitação não tivesse medida.
Quando ocupam algum cargo que não lhes cabe, aí a situação se complica. Algum poder que julgam possuir, sempre tido pelos tais como maior do que aquele que efetivamente detêm, lhes serve como catalisador de forças malignas para seu instinto desagregador. Para seu ímpeto de infernizar a vida dos outros.
Esse tipo de beócio, que ainda infesta uma sociedade que insiste em qualificar as pessoas por valores pífios, são dados à denúncias intempestivas e injustas, por isso em grande parte desprovidas de conteúdo procedente, e merecedoras de arquivamento sumário se forem tratadas com justiça.
Não lhes basta, portanto, reclamar e até ofender aqueles que lhes desagradam. Querem constranger, punir com severidade, e até matar de raiva seus contumazes desafetos, que são potencialmente todos aqueles com quem se relacionam, ainda que de modo fugaz.
Não se espere condescendência de encrenqueiros. A história afetiva que nos ligue a essa espécie peçonhenta não tem significado suficiente para que nos poupem de seu veneno. São impiedosos e, quanto mais perto dessa laia de gente estivermos, pior. Têm como pressuposto de vida plantar e cultivar a discórdia. Com tendências sadomasoquistas, visto que ao tempo em que atacam e têm consciência de seu ato ofensivo, incitam a reações semelhantes contra si fazendo-os partícipes continuados desse ciclo de intrigas: bater e levar.
O primeiro sentimento que nos acomete em relação a essas pessoas é o de rejeição, de raiva, de ódio. Nosso lado reptiliano, primitivo, nos induz a esse sentir. Porém, se nos investimos de benevolência quase divina, logo deduziremos que se tratam de seres perdidos em si mesmos que buscam na desqualificação dos outros um espaço para ascensão de sua mediocridade. São, na verdade, uns pobres coitados desprovidos da consciência de sua insignificância, repletos de frustrações inconfessáveis, que vivem a disseminar desavenças e confrontos para fazer da vida daqueles que têm a má sorte de lhes encontrar o inferno que é a sua própria existência.
Portanto, não vale a pena lhes desejarmos mais mal. Já estão no inferno de si mesmos. Esse, sem dúvida, o mais infernal de todos.
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Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
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