Quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013 - 18h49
Quem trafegava pela rua Major Guapindáia, no Caiari, nos anos 1960, encontrava – uma casa antes de chegar à Av. Carlos Gomes – a Escola Caiari, dos datilógrafos-correspondentes (assim se intitulavam) Thales de Paula Souza e Felicidade Alves de Souza. Anos depois, essa escola de datilografia mudou-se para próximo ao Grupo Escolar Barão de Solimões, na Carlos Gomes.
Se falarmos em maquina de datilografia para um adolescente de hoje, é possível ele não saiba do que se trata. Por isso não sabem que, há alguma anos, fazer um curso de datilografia era imperioso para qualquer jovem. Muitos começavam ainda quando crianças. Ao concluírem o curso, recebiam um diploma – alguns o colocavam numa moldura e o perduravam na parede, face a importância que lhe davam. Era uma credencial para que alguém tivesse a mínima chance de se dar bem na vida. Tratava-se de um verdadeiro diferencial na formação pessoal, que hoje chamaríamos de diferencial competitivo. Qualquer um que pleiteasse trabalho burocrático deveria, obrigatoriamente, ser datilógrafo. Quem tivesse maior agilidade no exercício de sua função certamente teria muito mais chances de conseguir emprego.
Lembro-me, como se fosse hoje, das tardes que frequentei a escola citada. Para evitar que os alunos olhassem para o teclado da máquina, sobre ele era colocado um dispositivo de madeira, como se fosse um pequeno banco. E tome a, s, d, f, g, c, l, k, h, j, a, s, d, f... e assim por diante. Repetia-se esse dedilhar à exaustão. Quando os professores Thales e Felicidade flagravam um espertinho tentando olhar para o telhado, o admoestavam: um datilógrafo de verdade não deve cometer essa falha.
Atualmente, frequentar um curso nesses moldes é quase impensável para jovens que, desde crianças, têm habilidade digital que humilha a maioria dos adultos.
Em nossas saudosas recordações de um tempo em que Porto Velho era como uma grande família, ainda é possível sentir, quando passamos pela calçada da velho endereço da saudosa escola, o ruído do teclado das máquinas de escrever (que à época não eram elétricas), onde aprendemos nossa primeira aptidão laboral e onde nasceram boas amizades e amores de nossa infância e juventude.
Nota do Autor – Dedico este texto à memória dos saudosos professores Thales e Felicidade, personagens vivos em nossas recordações de juventude, e aos queridos amigos Yêdda Borsacov, Anísio Gorayeb, Sandra Castiel, que escrevem com amor sobre o Caiari que tanto amam.
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