ESTÁ EM REUNIÃO...

Quanto tempo útil se perde neste país em reuniões que raras vezes são produtivas? Muito. Além da conta. Tente falar com alguma autoridade no horário comercial. A chance de ouvir que ela está em reunião é grande.

Reuniões prolongadas são fortes candidatas à improdutividade. Aquelas com mais de meia hora de duração, dizem os estudos sobre o tema,   geralmente são um desperdício. Todos querem falar, aparecer para seus chefes. Isso gera repetição. Ficam como cachorros girando em torno do próprio rabo. Reuniões com mais de meia dúzia de pessoas somente quando extremamente necessárias.

Informar aos participantes, com antecedência, sobre os assuntos a serem tratados na reunião possibilita que se preparem de modo a contribuir com mais eficiência para encontrar as melhores soluções. Ao pautar mais de dois assuntos, corre-se o risco de não analisá-los com a acuidade suficiente para otimizar as conclusões. 

Uma pesquisa feita com 2 mil executivos brasileiros demonstrou que 69% detesta reuniões de trabalho. Ora, se desgostam tanto, porque as fazem tanto? Um contrassenso que faz parte do jeito humano de ser. Acontece que, mesmo sendo contra reuniões, chefes gostam de reforçar sua posição de poder. Estatísticas mostram que o nível gerencial passa 50% e de diretoria ¾ do tempo em reuniões.

O mesmo estudo concluiu que 70% dessas reuniões não chegam a qualquer resultado prestável. Uma análise feita pela Universidade de Haifa, em Israel, deduziu que uma pessoa inteligente  responde melhor a perguntas de um teste  quando está sozinha que quando atua em grupo.

A falta de objetividade é um dos problemas crônico das reuniões. Palpita-se demais e, depois de um certo tempo, perde-se o foco do assunto. Há aqueles que calados contribuiriam mais  que falando. Mas é justamente esse tipo de gente que gosta de tagarelar e repetir o que outros já disseram ou dar as próprias opiniões sem conhecimento de causa.

Enfim, quem muito reúne perde tempo e dinheiro. O mais produtivo que o chefe pode fazer quando não se achar capaz de tomar uma decisão, é identificar em sua equipe aquele ou aqueles que possam contribuir, de modo pragmático, para a solução dos problemas pendentes. Quem não tem talento para identificar competentes não serve para ser chefe.

Qualquer corporação pública ou privada que dedica muito tempo a reuniões cultiva a improdutividade, anda devagar. Os chefes que não se conscientizarem disso devem ser defenestrados antes que seja tarde. Ponto e basta!