Domingo, 29 de agosto de 2010 - 11h13
Em nosso país, lamentavelmente, os governos ainda insistem no paradigma de se promover às custas da quantidade e não da qualidade, como deveria ser.
Analisemos a educação: a diferença da atual para a do passado é que atualmente os despreparados ostentam diplomas, atestado de sua ineficiência. O poder público, com pirotecnia, anuncia a construção de muitas escolas e até as inaugura, quando muito. Mas não o faz movido pela propósito de oferecer espaços que realmente formem cidadãos capacitados. Esse vício também contaminou algumas escolas particulares, que na prática visam prioritariamente o lucro e não demonstram qualquer compromisso com a boa formação de seus alunos.
O professor não deve se restringir a ensinar. Ensinar é uma atitude unilateral, que pode não atingir o objetivo pragmático que é fazer aprender. Quando o aluno não aprende, a atuação do professor não atingiu sua razão de ser. Nada adiantou. Ser um bom professor exige muito mais que somente dominar a ciência que ele ensina. Requer também o domínio das técnicas pedagógicas associadas a uma capacidade de se comunicar de modo a motivar seus alunos ao aprendizado. E mais: aos mestres cabe tornar fácil e agradável o que parece difícil e chato.
Ir para a escola e estudar deveriam ser atividades agradáveis, que se praticasse com prazer. Mas isso, como sabemos, raramente acontece. A maioria das pessoas, de qualquer idade, tem a escola e os estudos como incômodos. Quando não se faz algo com motivação, satisfação, é evidente que o resultado deixa a desejar. É por isto que poucos aprendem o que estudam, como deve ser.
A educação em nosso país está a merecer uma revisão radical. Impõe-se que se analise com isenção e muita competência o que ensinar, quando ensinar, como ensinar, e em quanto tempo. O objetivo da escola deveria ser formar cidadãos preparados para a vida. Para tal, dar-lhes ensinamentos que, concomitantemente, possam ser colocados em prática, e utilizados em seu favor e de sua comunidade.
Perde-se muito tempo com informações pouco úteis em detrimento de conhecimentos que merecem prioridade, alguns até que são indispensáveis. Os métodos de ensino também precisam ser revisados. Na quase totalidade das escolas brasileiras esse item pouco evoluiu. Quais professores se preocupam em ensinar, por exemplo, métodos mneumônicos? E outras técnicas de aprendizado relacionadas às disciplinas que ensinam? Poucos, certamente. É por esses motivos que depois de anos de escola é reduzido o número dos sabem o que deveriam saber, e, quando sabem, não raro, o sabem superficialmente. Por isso, o critério do que precisa ser ensinado em cada faixa etária deve se sustentar nas necessidades das pessoas para que vivam e convivam melhor. Ou seja: que tenham qualidade de vida, que é o fundamento para adequada inclusão social.
Sem uma educação de qualidade, que vise atender de modo eficaz e objetivo os anseios de realização das pessoas, jamais teremos uma sociedade mais justa e mais feliz.
Fonte: Viriato Moura - viriatomoura@globo.com
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