Quarta-feira, 21 de março de 2012 - 17h05
Pôr-do-sol em Cancun (Foto: Viriato Moura)
A câmera fotográfica deve fazer parte dos apetrechos que nos acompanham nas viagens de férias. Atualmente temos também a opção de celulares que fotografam. É interessante, nessas ocasiões, que registremos imagens dos agradáveis momentos vivenciados. Há quem diga que o melhor álbum de fotografias é a memória, mas não há dúvida que imagens devidamente registradas adicionam mais nitidez e possibilidades à essa coletânea de recordações.
A maioria desse tipo de foto é feita por fotógrafos amadores. Essa condição, entretanto, se alguma sensibilidade tivermos, não nos exime de o fazermos com senso artístico.
Com a advento das câmeras digitais, deixou-se de ter o senso de economia quando fotografamos. Assim, por qualquer motivo, clica-se tudo e todos sem os critérios que deveriam ser atendidos por quem quer fazer fotografias que, efetivamente, valham a pena. O resultado dessa atitude perdulária é um número excessivo de fotos, a maioria muito parecida. Torna-se até enfadonho vê-las todas com a devida atenção.
Outro detalhe importante esquecido por vezes quando fazemos esses registros é o que se pretende mostrar que documente a viagem. Quem viaja a Paris e não faz fotos que tenham como fundo a Torre Eifel , não “esteve” na Cidade Luz. Em Londres, o Big Ben é emblemático na identificação da capital inglesa . Em Roma, a Fontana di Trevi, é um bom exemplo. Em Veneza, a Praça de São Marcos é o cartão postal. Em Salvador, o Elevador Lacerda faz parte da paisagem mais típica da cidade. No Rio, o Cristo Redentor (Morro do Corcovado) e o Pão de Açúcar são os pontos turísticos de maior destaque. E assim por diante. As fotos com fundos atípicos, genéricos, pouco ou nada dizem de onde estivemos.
Fotografias de pessoas em momentos de descontração, que demonstrem naturalidade, ou até mesmo poses criativas que interajam com o cenário fotografado serão uma boa recordação. Ter sempre em mente que é importante, em termos fotográficos, mostrar o lugar visitado, suas belezas, suas curiosidades, o jeito plástico de ser das pessoas que lá vivem; suas peculiaridades, enfim. Até a proporção na foto entre a pessoa ou as pessoas fotografadas e o local onde foi feita a foto fazem diferença. Em vez de enquadrarmos o que se quer destacar em primeiro plano no centro da foto, esteticamente fica melhor posicionarmos o destaque (geralmente pessoas) em um de seus ângulos, dando visibilidade ao cenário. Vistas panorâmicas e pormenores significativos do lugar, mesmo excluindo os viajantes, certamente que completarão com bom gosto o álbum de lembranças dos caminhos e dos lugares visitados.
Fotografias de viagem devem permitir que através delas se refaça a viagem todas as vezes que as revermos. Por isso devem captar imagens que nos façam lembrar não apenas do lugar onde foram feitas, mas do contexto que as envolveu, dos sentimentos vivenciados por nós naqueles instantes. Poderemos, assim, “viajar” em nossas lembranças de um modo tão nítido que o estado de abstração que nos envolve na contemplação das fotos nos remeterá à percepção de outros sentidos além do da visão.
Retratos de viagem, em suma, servem mormente para isto: repetir a viagem quantas vezes quisermos, sem sairmos de onde estivermos. Se viajar é preciso, fotografar as percepções da viagem também é preciso.
Fonte: Viriato Moura
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