Sábado, 19 de junho de 2010 - 12h50
Temos o hábito de rotular as pessoas , não raro, pela aparência. Por vezes, um dado momento, uma atitude são suficientes para definirmos alguém que mal conhecemos.
Desde ainda crianças, no ambiente familiar, na escola, ou em qualquer meio social em que vivem, as pessoas são rotuladas com adjetivos elogiosos ou ofensivos. Há os inteligentes e os néscios; os simpáticos e os antipáticos; os belos e os feios, e assim por diante. Uma análise, por vezes sumária, é o suficiente para que alguém conclua o que o outro é, e divulgue essa sua impressão sem o menor respeito, sem a menor responsabilidade.
Forma-se opinião sobre alguém sem a preocupação do que essa atitude pode provocar. Acha-se apenas, e ponto. As deduções são influenciadas pelo momento psicológico dos envolvidos, pelas idéias preconcebidas que temos do outro, pelo que esperamos dele, pelo que ele significa para nós, etc.
Temos una natural necessidade de rotular as pessoas. O mais rápido possível. De desvendá-la e defini-las como alguém com ou sem determinados atributos ou defeitos.
Esse tipo de atitude maniqueísta nos faz injustos em grande parte das vezes. Injustos e provocadores de danos quando decidimos atribuir pechas ou virtudes às pessoas indevidamente. Sim, porque todos os equívocos, reservadas as proporções, podem provocar danos.
As maiores vítimas dos estigmas provocados por rótulos equivocados são as crianças. Ao ouvirem reiteradas vezes que são de determinado jeito que na verdade não são tendem a assumir como verdadeiro o engano de que foram vítimas.
A complexidade do comportamento humano não pode ser julgada por uma avaliação reducionista de atitudes momentâneas. Às vezes, nem a convivência prolongada é capaz de desvendar uma personalidade o suficiente para que possamos dizer que realmente a conhecemos.
Afinal, passamos uma vida inteira perguntando a nós mesmos— ainda que sem perceber – quem somos e, ainda assim, geralmente não chegamos à resposta definitiva. Quanto mais quando nos perguntamos quem são os outros. Responder esta questão tão rápido quanto, na maioria das vezes, o fazemos, é um ato pretensioso e inconsequente.
Fonte: Viriato Moura
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