Sexta-feira, 25 de março de 2011 - 19h02
“Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal; isso nada tem a ver com a coragem”, alerta Jean-Paul Sartre. De fato, o medo é essencial à vida. Sem ele, suprimimos o fator essencial da prevenção.
O medo tem diversas facetas. Há medos normais, procedentes, lógicos. Mas há os imaginários, patológicos, irracionais – como são as fobias.
O medo faz com que não nos arrisquemos tanto. Não fosse esse sentimento certamente que seríamos vitimados mais vezes e de modo mais grave.
O medo, além de nos proteger, preserva os outros. Inclusive de erros profissionais. Por exemplo, o medo do cirurgião de lesar estruturas nobres do corpo do paciente que opera é um medo indispensável ao exercício laboral desse especialista. Se ele não o tivesse, certamente que usaria seu instrumental de modo mais intempestivo, agressivo e, por isso, causaria mais danos.
O anjo da guarda de nosso instinto de conservação é o medo. É ele que nos alerta dos perigos, nos desaconselha certas atitudes, e até nos imobiliza de modo a não termos condição psicológica e até física de realizarmos determinados atos que põem nossa integridade em risco.
É preciso não confundir, como alude Sartre, medo com falta de coragem, covardia. São estados psicológicos distintos. Há situações em que somos instados a correr riscos. Há outras em que sequer temos condições de optar: o risco é inerente a elas. O que não se deve, obviamente, é agir intempestivamente nos expondo a riscos que podem ser evitados, minimizados.
Quem se vangloria por não ter “medo de nada” é um insano. E perigoso! Merece vigilância. Afinal, se age de modo tão irresponsável consigo mesmo, o que esperar dele em relação às outras pessoas.
Diferente desses, há o corajosos sensatos, normais, que mesmo estando conscientes dos riscos que irão correr, procuram tomar as providências necessárias para minimizá-los, quando isso é possível. São corajosos porque enfrentam o perigo e, por serem cautelosos, têm noção do risco que estão correndo. Esses, na maioria das vezes, saem ilesos.
Todos aqueles que se expõe e a outras pessoas a riscos desnecessários devem ser evitados. Fugir dessas pessoas pode ser uma questão de sobrevivência.
O mundo precisa de corajosos que saibam dominar seus medos com responsabilidade tomando todas as precauções possíveis para evitar infortúnios. Para si e para os outros. Esses são os nossos verdadeiros heróis do cotidiano.
Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
Gentedeopinião / AMAZÔNIAS / RondôniaINCA / OpiniaoTV / Eventos
Energia & Meio Ambiente / YouTube / Turismo / Imagens da História
Pedir segunda opinião médica: um dilema dos pacientes
Até que ponto é válido ouvir uma ou mais opiniões de outros médicos quando se quer avaliar a do médico que nos trata? Essa atitude tem resultados pr