Sexta-feira, 25 de janeiro de 2013 - 19h35
O adjetivo kafkiano é utilizado para descrever uma situação estranha, ridícula, inusitada. Algo que nos cause estranheza pelo seu contexto surpreendente. A palavra deriva do sobrenome de um dos mais importantes pensadores de língua alemã do século passado: Franz Kafka.
Judeu nascido em Praga, Kafka teve a maior parte de sua inquietante obra publicada após sua morte. Afeito à temática com viés surreal, levanta questões que trafegam pelo grotesco, por vezes de difícil compreensão.
O genial escritor tcheco, para alguns, expõe um mundo que não se compatibiliza com o real. Entretanto, ao tempo em que vamos nos familiarizando com suas reflexões, deparamo-nos com a gritante realidade cotidiana.
Dentre muitas de suas citações, há uma que enuncia que “a história dos homens é um instante entre dois passos de um caminhante”. A despeito da exiguidade do tempo que o instante significa, é nele que tudo pode acontecer, é por eles que caminha a humanidade em sua inexorável metamorfose. Por vezes, por não darmos o devido valor a esses átimos existenciais, nos perdemos, nos tornamos infelizes.
A atenção é o preço a pagar por quem quer acertar mais que errar. Subestimar decisões, tomando-as apressadamente sem adequada analise prévia sob os prismas necessários, é um risco cujas dimensões nem sempre temos condições de prever antes de pô-las em prática. Tampouco corrigi-las depois do fato consumado.
Cada passo dado na existência contém todas as possibilidades do mundo. O contexto no qual o procedemos é sempre outro porque os momentos sempre são outros: há decisões que, por não serem tomadas no momento exato, podem mudar todas as suas consequências. A conduta expectante, deixando que o tempo resolva a questão por nós, pode ser um acerto. Ou um erro até fatal.
A vida, essa fascinante trajetória entre o nascer e o morrer, entre um passo e outro nos possibilita tudo que ela contém: o surreal, o controverso, o inusitado, o ridículo, o desconcertante tão bem analisados por Franz Kafka em sua magistral obra, também são ingredientes frequentes do nosso cotidiano. A vida, portanto, é kafkiana. Ter essa consciência nos torna menos assustados diante de suas surpresas.
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