Quinta-feira, 1 de outubro de 2015 - 18h21
Como bom nordestino, egresso da Paraíba, Mikéliton é de corpo e alma um artista. Artista da forma, das cores, que com suas pinceladas rápidas retrata o mundo colorido que habita em sua mente e em seu gesto talentosos.
Ele tinha 18 anos como foi tomado pelo encantamento da arte de pintar. Logo foi premiado num concurso de sua escola. Seu quadro, “Pão nosso de cada dia”, tanto impressionou o secretário de Educação de sua terra natal, que ele mandou transformar 30 obras do jovem artista em catálogo com mil exemplares.
De 1999 a 2004, Mikéliton foi diretor de arte e criação de uma agência de publicidade. Isso lhe tomava muito de seu tempo. Pintava apenas nas poucas horas vagas. E pintar foi sempre seu querer dominante. Tudo que não fosse pintar parecia trabalho que não lhe cabia. Corajoso como convém a um cabra da peste, largou a segurança de um trabalho formal, com carteira assinada e tudo, e resolveu ganhar o mundo, viajar e viver de suas pinturas.
Mesmo com espírito aventureiro e a poética dos artistas, ele se lançou neste salto sem rede sabendo que poderia cair e se arrebentar no duro solo da realidade. Viver de arte no Brasil certamente que é objetivo alcançado por poucos. Em particular da arte pictórica, onde esse obstáculo por vezes se afigura como quase intransponível. Mas Mikéliton acreditava em si, em sua capacidade de assimilar os revezes que, tinha certeza, viriam. Mas nada foi suficiente para fazê-lo desistir de ser o que mais queria ser: um pintor de verdade.
Em mais uma decisão libertária, ele passou a olhar para sua terra natal pelo retrovisor. A medida que dela se afastava, vislumbrava novas possibilidades. Em 2004 foi para Fortaleza (CE); logo depois, em 2005, para São Luiz (MA). Sempre pintando e pintando para sobreviver. Até que deu um salto maior, largou seu Nordeste e veio para o Norte. Em 2006 já fazia sua primeira exposição em Boa Vista (RR). Sucesso. Mas não parou. Mikéliton, esse cavaleiro andante da arte de pintar, tal como um Dom Quixote, municiado de pinceis, tintas e paleta transformava a realidade que via e sentia na suprarrealidade reproduzida em suas obras.
Indo e indo sem parar, o cavaleiro das belas obras encantava a todos que as contemplavam. Até que chegou pela primeira vez a Porto Velho, esse pedaço iluminado das terras de Rondon. Em 2007 promoveu a exposição “Cores de Porto Velho”. Mas foi em frente, então para Rio Branco (AC), onde expôs “Cores de Rio Branco”. De lá, em 2008, foi para Palmas(TO), com “Cores de Palmas”. Em 2009 retornou a Porto Velho, quando foi convidado pela Santo Antônio Energia para produzir a coleção “Rio Madeira, O Gigante da Floresta, composta por 35 obras que mostram a realidade do povo ribeirinho, vivenciada pelo artista durante dois anos. Em 2010, sua exposição no Museu Nacional de Brasília durou 20 dias. Mais um sucesso.
Mikeliton, que não para de viajar e pintar, só foi contido temporariamente em 2012 para ensinar sua arte aos povos da floresta, que habitam as margens do rio Madeira, também patrocinado pela Santo Antônio Energia. Isso resultou numa exposição no Porto Velho Shopping.
Em 2014, a pedido do Sesi Rondônia, produziu uma série de 20 quadros, intitulada “Jogos do Sesi”. Breve serão expostos.
Atualmente Mikéliton promove a exposição “Porto Velho, A Estrela do Madeira”, cuja a proposta é mostrar empresas e instituições de sucesso da cidade, homenageando-as pela contribuição que dão ao crescimento e desenvolvimento da capital de Rondônia.
Mikeliton, o pintor que não para de produzir, tem em mente muitos outros projetos, que pretende viabilizar mostrando sua arte mundo afora. É mesmo um cavaleiro nômade que não tem paragem certa, que vai e vai, desde que seja para trazer à lume a beleza que o mundo precisa ver no mundo. Seu pincel, que com toques fugazes na tela plasma as emoções plásticas que a emolduram, vê em cada horizonte a utopia de fazê-los todos auroras e crepúsculos vespertinos de inebriante encantamento.
Eis aí um pintor como deve ser.
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