Domingo, 13 de fevereiro de 2011 - 10h47
Não é de hoje que temos nossos brios pisoteados por sermos receptivos demais, crédulos demais a ponto de nos comportarmos ingenuamente abrindo a guarda para aqueles cuja referência de maior visibilidade é serem egressos de outras paragens.
É comum avalizarmos condutas de quem mal conhecemos difundido suas qualidades sem que tenhamos qualquer certeza a esse respeito. Bastou ser de fora, egresso de um grande centro, e pronto: é gente boa, capacitada, cheia de virtudes.
Em contra partida, os santos de casa não têm credibilidade para fazer milagres. Pelo menos entre nós, os nativos. Mesmo que façam, como efetivamente fazem, não há coro fervoroso que acredite que fomos nós.
Tudo a lamentar que haja tanta gente com raízes profundas nestas terras de Rondon que se preste a conduta tão equivocada. Gente que renega suas origens, seus valores e sentimentos nativos, e acaricia com benesses forasteiros com poucos dotes, aventureiros que como raposas famintas só vieram tentar comer nossas uvas. Enquanto pessoas com mais atributos intelectuais e morais são instadas a servir esses fulanos, fato que os faz confundir rei na barriga com barriga grande. Em com razão: ao chegarem aqui eram a terceira pessoa depois de ninguém em suas origens e, como num passe de mágica, são alçados à primeira pessoa acima dos nativos de nascimento ou de coração com mais qualidades que eles.
Que fique claro que não há nessas assertivas o propósito mesquinho de propagar um nativismo sectário, preconceituoso. O fato de ter nascido nesta terra é apenas um detalhe geográfico — se forem desprovidos de qualidades que me perdoem, os interesses de Rondônia não lhes pode ser entregue. O que importa para serem considerados “daqui” são as manifestações claras de comprometimento com as lídimas causas de nossa gente. Por isto, não estão entre os alienígenas referidos as muitas pessoas qualificadas e com boas intenções que aqui aportaram para realizar seus sonhos e crescer junto com aqueles que aqui vivem há muitas décadas. A esses, todos nós comprometidos com o melhor destino desta terra devemos ser gratos pelo que contribuíram e contribuem com o crescimento e o desenvolvimento de Rondônia.
O que todas as pessoas querem, em qualquer lugar do mundo, é um tratamento justo. Que vença o talento, a competência, as demonstrações incontestáveis de bons propósitos; os méritos de cada um, em suma. O que não deve ser aceito é a inversão de valores. Gente entronizada que, no máximo, merecia estar no lugar de vassalos. Tenhamos certeza, entretanto, que não se conseguirá mudar essa situação somente com o discurso. Impõem-se ações pertinentes, objetivas, inteligentes, eivadas de muita competência perpetradas por um grupo de filhos de coração desta terra.
Para muitos, principalmente para aqueles que se frustraram diante da atuação de alguns dos nossos que, ao ascenderem ao poder, esqueceram seus compromissos nativos e nos envergonharam, a essa altura do campeonato voltar a esse assunto cheira a utopia saudosista. Mas insisto em dizer que não é. Temos a força e não a sabemos usá-la. Nada resiste às investidas competentes, legítimas, catalisadas pela coragem e pela determinação de atingir o que nos é de direito. Gente nossa com essas qualidades nós temos. É dar as mãos e as mentes e caminhar em direção ao amanhecer desejado. Se muitos e juntos, ainda melhor.
Quem topa?
Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
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