Sábado, 12 de março de 2011 - 21h26
Não, não te feches. Deixa aberto os acessos à tua existência. É preciso que a vida, tal o vento que anuncia as estações do ano, adentre em ti como um sopro incessante de oxigenação, de renovação.
Não te feches... Contempla das janelas de tua varanda existencial o viver que existe além de teus horizontes, além de ti. Sai de tua redoma, e busca nas singelezas dos instantes as percepções que te farão melhor, mais pleno.
Não te feches... Ainda que não queiras provar o novo pelo menos não impeças que ele se apresente a ti – exceto aqueles que o passado já condenou de vez. Porque rejeitar por rejeitar pode nos privar de muitas possibilidades. Não querer simplesmente por não querer não é sensato.
Não se fechar não significar permitir entradas incondicionais em nossos recônditos. É apenas estar aberto as facetas que vida nos apresenta, permitindo que cheguem até nós e sejam triadas com sensatez. Para decidirmos se vale ou não a pena que se tornem nossas convivas.
O sentinela de nossa morada existencial somos nós. Jamais devemos delegar tão essencial função a outrem. Por isso, não nos devemos portar como aquele segurança truculento que expressa proibição de entrada. Melhor postar-se com jeito afável, hospitaleiro, como quem convida à chegar em nós, mas que se permite impedi-lo.
Estar abertos a novas experiências, mas devidamente municiados de discernimento que melhor decidam o que será bem-vindo à nossa vida.
Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
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