Quinta-feira, 10 de novembro de 2011 - 20h50
A construção das hidrelétricas do Madeira foi uma benção para Rondônia. Antes, a maioria de nosso povo vivia do salário de funcionário publico. Era a famigerada e fragilizada economia do contracheque. Em Porto Velho mais que no interior do Estado.
É óbvio que construções dessa monta fazem circular mais dinheiro, e as cidades próximas crescerem e se desenvolverem. Mas, também, é claro, cobram um ônus por isso. Nossa capital, depois do início das obras, começou a tomar jeito de cidade grande. E não se chega a esse patamar sem ter de encarar os problemas das metrópoles.
Diante dos fatos, não nos é mais permitido pensar Porto Velho como uma cidadezinha de interior. Temos que pensá-la grande sobre todos os aspectos. Tanto em relação às atitudes preventivas como para projeções futuras. Porque os problemas, cada vez mais, são maiores e mais difíceis de resolver.
A propósito dessas questões, apenas dois exemplos são suficientemente contundentes para diagnosticar o ônus cobrado em função da construção das usinas. A saúde está um “Deus nos acuda” e o trânsito um “Deus nos proteja”. Caos que tende a se tornar mais caótico ainda. Faltou preparo para o enfrentamento de um fenômeno social anunciado. Contudo, mesmo que todas as providências tivessem sido tomadas no tempo certo, ainda assim o impacto provocado pelo aumento populacional abrupto acontecido seria sentido também de modo adverso.
Aos poucos estamos nos adaptando à realidade que aí está. O perigoso é nos acostumarmos a ponto de aceitarmos essa condição que não atende aos critérios de qualidade de vida. Desse jeito, claro que não está bom. Em certos aspectos, muito longe disso. Não se pode negar que estão sendo envidados esforços para que essa situação adversa seja controlada. E contamos para tal com a contribuição das empresas construtoras das hidrelétricas. Vultosos investimentos já foram e continuam a ser feitos. Porém, depois, quando a obra for encerrada, o que será de nós? Eis uma questão que precisa ser trabalhada com muita competência, responsabilidade e tenacidade, desde logo. Parece que foi ontem que tudo começou, e já vislumbramos no horizonte a conclusão dos trabalhos.
Quanto ao que acontecerá após a conclusão das usinas, não dependerá somente dos governos federal, estadual e municipal. Mas também de cada um dos cidadãos que pretende continuar habitando esse pedaço do Brasil. O governo precisa investir, cada vez mais, em infra-estrutura. O Estado precisa ser industrializado; para tal, deve criar, o mais rápido possível, todos os estímulos que a legalidade autoriza para motivar a instalação de grandes empresas em nosso meio. O mesmo deve ser feito, já, em relação aos empresários locais para que invistam mais, cresçam. O governador e os prefeitos devem dialogar pessoalmente com os empresários de peso, daqui e de fora. Precisamos gritar bem alto, em todas as direções, que Rondônia vale a pena, que é um bom negócio. Não somos mais um dos quintais do Brasil. Somos, entre tantas outra coisas boas, geradores de energia elétrica.
Precisamos, todos, pensar grande. Mas só seremos efetivamente grandes se nos capacitarmos de verdade. Chega de poções mágicas ilusórias, de efeitos fugazes. Precisamos de soluções definitivas. Todavia isso só será possível se homens e mulheres de qualidade, efetivamente comprometidos com esta terra e sua gente, comandarem o barco chamado Rondônia.
Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
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