Sábado, 14 de agosto de 2010 - 18h19
Um sol de verão de quase meio-dia iluminava a cena. Da praia, o menino sentado ao lado de seus familiares contemplava o mar.
Seu olhar infante parecia hipnotizado pelas ondas que iam e vinham ruidosas e ameaçadoras, sem parar.
De repente, o garoto levantou-se e caminhou em direção ao mar. Aos poucos, com passos trôpegos, adentrou na água. Parecia determinado a avançar mais e mais. Mas mar estava bravio, de ressaca. Não estava para banhistas.
Uma onda mais alta lançou-se contra o menino impetuoso, que rolou na areia. Ele queria o mar. Mas o mar parece que não o queria. Para seu bem.
Assustado, levantou-se. Os pais o chamaram, mas não adiantou. Ele continuava firme tentando dominar as ondas para entrar no mar.
Revoltado, municiou-se de punhados de areia. Ao avançar para o mar, quando as ondas mais ferozes se aproximavam ele lançava seus petardos e corria em direção à praia para se proteger.
A partir daquele instante, parecia não haver mais uma inocente criança querendo descobrir o mar com todas as suas belezas, sensações e perigos. Era um quixotesco guerreiro que enfrentava as filhas de Poseidon, o rei dos mares e oceanos, que não queriam permitir a invasão de seu misterioso reino. Nosso herói, valente e determinado, continuava contra-atacando com suas inofensiva porções de areia em reiteradas tentativas de vencê-las.
Seu pai, preocupado, foi até ele, tomou-o pelas mãos e lhe disse dos riscos que corria, afastando-o das ondas.
Obediente, atendeu ao pedido paterno. Mas não desistiu de sua fantasiosa convicção de um dia voltar maior e mais forte para conquistar o mar e, quem sabe, ser acariciado pelo balanço das sedutoras filhas do rei daquelas águas sem fim.
Naquele dia de verão de sua infância, ele se rendeu ao pedido paterno. Mas o pequeno guerreiro certamente tentará outras vezes até conseguir . Porque guerreiro que se preza não abandona a luta antes da vitória.
Fonte: Viriato Moura - viriatomoura@globo.com
Gentedeopinião / AMAZÔNIAS / RondôniaINCA / OpiniaoTV
Energia & Meio Ambiente / Siga o Gentedeopinião noTwitter / YouTube
Turismo / Imagens da História
Pedir segunda opinião médica: um dilema dos pacientes
Até que ponto é válido ouvir uma ou mais opiniões de outros médicos quando se quer avaliar a do médico que nos trata? Essa atitude tem resultados pr