Segunda-feira, 5 de setembro de 2011 - 16h48
A relação médico-paciente é abordada na literatura especializada somente pelo lado do comportamento do médico. Mesmo nos livros de boas maneiras, o assunto é tratado superficialmente. Dá a impressão de que o bom comportamento é uma obrigação exclusiva do médico para como seu paciente de modo a que este fique satisfeito com ele e assim possa melhorar ou curar mais rápido.
Dois seres humanos, no caso o médico e seu paciente, ao se relacionarem criam expectativas e, queiram ou não, tendem a ter suas atitudes influenciadas pela atitude do outro. Sob o aspecto comportamental, há bons e maus médicos. O mesmo acontece em relação aos pacientes.
De fato, há pessoas que lidam muito mal com a doença e, num mecanismo de transferência, buscam o alvo mais próximo para descarregarem essa insatisfação. Esquecem, sob descontrole emocional, que ao se relacionarem mal com o seu médico estão criando um problema que, com certeza, compromete o propósito de ambos que é a melhora das condições de saúde do enfermo. Médico e paciente precisam estar harmoniosamente unidos para combater a doença; do contrário ela pode sair vencedora.
Há diversas maneiras de se relacionar mal com o médico. Há pessoas que cometem impropriedades por ignorância e falta de educação. Outras que o fazem por índole agressiva. Mecanismos de compensação para escamotear a eventual culpa do paciente ou de seus afins pela doença em questão, também são comuns. A desobediência às prescrições médicas também fazem parte de conjunto de atitudes que desagradam o médico. Particularmente quando, mesmo agindo assim, o paciente e seus agregados culpam o profissional pela má evolução da enfermidade em tratamento. Há pacientes ardilosos a ponto de tentar confundir o médico (às vezes conseguem) negando ou distorcendo informações que seriam importantes para a conclusão de seu diagnóstico. Os maus pacientes tentam, o tempo todo, engendrar razões para culpar o médico pelo mal que lhes acomete. Há casos extremos em que o paciente e os seus não perguntam, não dialogam, acusam.
A relação médico-paciente precisa ser respeitosa, harmoniosa, de confiança. O médico precisa ser paciente, compreensivo. Afinal, o enfermo e seus entes queridos têm mais razões para estar emocionalmente desequilibrados. É função profissional do médico distinguir e administrar com a serenidade possível alguns deslizes nesse sentido. Não pode aceitar, todavia, agressões pessoais injustificáveis onde haja o propósito de humilhá-lo e desqualificá-lo. Respeito é bom e todo mundo gosta. O fato de estar vivenciando uma condição de doença não libera quem quer que seja da prática de boas maneiras no relacionamento social. Quando esse relacionamento não tiver mais como se manter dentro das boas normas de civilidade e respeito mútuo, é melhor finalizá-lo. Será um alívio para o médico, e o paciente certamente terá melhores chances de atendimento de seus pleitos com outro profissional. Desde que o doente e seus afins passem a se relacionar bem com ele, é claro.
Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
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Pedir segunda opinião médica: um dilema dos pacientes
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