Domingo, 14 de agosto de 2011 - 10h01
O paciente deve ler o resultado de seus exames complementares de diagnóstico antes de entregá-los a seu médico? Os mais ansiosos ou curiosos têm esse hábito, que não é uma prática aconselhável. Essa antecipação pode lhes causar preocupações desnecessárias. O paciente que não é médico não terá como analisar o exame por falta de conhecimento. Em alguns casos, mesmo que seja médico, mas que esteja sendo atendido por um colega seu de especialidade diferente da sua, também não é de boa conduta tentar interpretar seus próprios exames. No mais, neste caso, o fator emocional pode, como é de se esperar, comprometer até mesmo o raciocínio científico.
Essa questão pode parecer pouco relevante na relação médico-paciente quando o exame lido antes do médico diagnostica uma simples anemia por deficiência de ferro. Mas certamente que será preocupante se indicar um câncer, a presença do vírus da Aids ou qualquer condição patológica que possa colocar em risco, de modo significativo, a vida do doente.
A interpretação dos exames complementares de diagnóstico cabe ao médico. O profissional certamente que não se limitará em diagnosticar tão somente embasado nos resultados dados pelas máquinas de diagnosticar. A exame clínico deve ser, sempre, uma referência importante. “A clínica é soberana”, ensina um clássico aforismo médico. Se o paciente não apresentar um quadro clínico compatível com o resultado de seus exames, estes devem ser postos à prova. No caso de doenças graves, independente do quadro clínico, essa deve ser uma conduta rotineira. Repeti-los é uma boa prática. Às vezes, é preciso fazê-los em outro laboratório ou clínica de diagnóstico. Falsos resultados também podem ocorrer devido ao preparo inadequado do paciente (tempo de jejum, tipo de alimentação, ingestão de bebidas alcoólicas, uso de determinados medicamentos, tempo de abstinência sexual etc.).
São diversas as condições que podem alterar o resultado de um exame complementar. Por isso, além do conhecimento teórico do médico é importante a experiência do profissional nessa análise. Destaque-se que há laudos, principalmente de exames por imagens, que denotam para o leigo em medicina condições graves, porém que pouco ou quase nada significam em relação à sua saúde. Portanto, diferenciar o que parece ser do que verdadeiramente é deve ser atribuição exclusiva do profissional da medicina, de preferência daquele que está assistindo o paciente (deve-se evitar pedir opinião informal de outros médicos que não estejam acompanhado o caso). Agindo assim, certamente que dissabores serão evitados face a especulações desprovidas de saber médico. Estado de saúde é coisa séria para ser diagnosticado por quem não tem conhecimento e experiência sobre o assunto.
Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
Gentedeopinião / AMAZÔNIAS / RondôniaINCA / OpiniaoTV / Eventos
Energia & Meio Ambiente / YouTube / Turismo / Imagens da História
Pedir segunda opinião médica: um dilema dos pacientes
Até que ponto é válido ouvir uma ou mais opiniões de outros médicos quando se quer avaliar a do médico que nos trata? Essa atitude tem resultados pr