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Viriato Moura

O PREFEITO QUE PORTO VELHO MERECE


 O PREFEITO QUE PORTO VELHO MERECE - Gente de Opinião

Neste 30 de outubro teremos o compromisso cidadão de escolher, através do voto, a pessoa que conduzirá a prefeitura da capital de nosso estado durante quatro anos. Essa escolha deve merecer toda nossa atenção. Se acertamos, nosso município poderá vivenciar um período de grandes avanços sociais, e nós que aqui vivemos usufruirmos do bem que isso significa.

Apresento-lhes, à guisa de sugestão, o que penso ser  um esboço de perfil do prefeito que queremos.

O prefeito que queremos é aquele que governa para gente. Não governa apenas para determinadas pessoas ou segmentos sociais, mas para uma comunidade inteira. Precisa ser alguém com percepção diferenciada que saiba eleger prioridades  sob a ótica de consistentes valores que atendam aos legítimos anseios de seus governados.

O prefeito que queremos deve ser chefe e líder. Não é da rispidez de suas expressões e gestos que emanará a força de sua autoridade. Se assim fosse, cara feia e truculência seriam sinônimo de capacidade resolutiva. Mas não são.

Um chefe se transforma em líder mais pelo seu exemplo que pelo seu poder. O líder é aquele que conquista seguidores por onde passa. Bons líderes fazem as pessoas se sentirem importantes para o sucesso das organizações onde atuam. Quando isso acontece, elas se motivam, e isso dá sentido a seu trabalho. Napoleão Bonaparte disse que o verdadeiro líder “é um vendedor de esperanças”. Mais do que nunca precisamos de  vendedores de esperanças, mas somente daqueles que entregam o que vendem no tempo prometido e em boas condições de uso.

O prefeito que queremos não precisa ser dono da verdade, de todos os acertos. Ninguém é.  Ele deve ser, isto sim, um incansável buscador de soluções. Para tal, não deve ser daqueles que se julgam autossuficientes. Porque achar que se sabe sem saber é o pior tipo de ignorância.      

O prefeito que queremos precisa ter a humildade dos sábios. Não é por outro motivo que “os postos de chefia fazem maiores os grandes homens e ainda menores os homens pequenos”, como ensina Jean de La Bruyére. Humildade, diga-se logo, não é o mesmo que fraqueza, subserviência, mas altivez própria de quem busca sinceramente o acerto, a melhor solução.

O prefeito que queremos deve ser parcimonioso mesmo quando se sentir convicto. Porque convicção é lâmina de dois gumes. Se, por um lado, pode fortalecer a decisão de agir em determinada direção, por outro pode fechar portas da mente para outras opções corretas que o caminho vai mostrando durante a caminhada. Trancar essas portas não é sensato. A dinâmica das ações, principalmente as de cunho social, não raro complexas, pedem, por segurança e bom senso, planos alternativos.

O prefeito que queremos jamais deve fazer promessas vãs, que sabe que não as cumprirá. Quem fala apenas com o escopo de agradar, de ter o reconhecimento e o aplauso imediatos é um tolo que realça antecipadamente o próprio fracasso. Porque nenhum gestor é obrigado a fazer o que, comprovadamente, não tem condições de fazer. Todos tendem a aceitar explicações sinceramente lógicas sobre essas limitações. O que frustra e revolta é ser enganado.

O prefeito que queremos precisa valorizar a inteligência, o saber, o talento; a competência, em suma. Negar esses valores é retrocesso inominável, retorno às trevas do acaso. Porto Velho (e Rondônia, claro!), ainda que tarde, precisa viver seus tempos de “Iluminismo”. As ciências e as artes pedem passagem há muito. Já estamos cansados de ser iludidos com promessas de prestígio ao mérito.

O prefeito que queremos deve construir um espírito de equipe em seu governo. Nada de ações sem liames com a filosofia e as estratégias de suas diretrizes, de suas metas de bem-estar social. Nada de cada um por si. O time precisa estar coeso, de mãos e ideias dadas, lado a lado, para vasculhar minuciosamente a maior extensão possível do terreno onde se encontra a solução. Este é o melhor jeito de achar o que se procura.         

O prefeito que queremos precisa eleger prioridades e não perder seu foco antes de solucioná-las. Quem tenta fazer tudo ao mesmo tempo e sem método acaba perdendo tempo sem nada ou quase nada fazer, ou, pelo menos, fazer bem. Sua determinação não deve ser abalada por qualquer tipo de obstáculo que lhe compete transpor. Eis o que o fará maior, mais respeitado e admirado: transpor os obstáculos que seus antecessores não conseguiram.

O prefeito que queremos, quando pressionado a agir à revelia dos interesses do bem social, não deve se submeter, acovardar-se com ameaças de boicote. Há sempre ratos nos esgotos da vida tentando colocar seu pedaço de queijo acima de todos dos interesses alheios ao seu. Deve o gestor público, isto sim, no primeiro momento, exercer ao extremo sua capacidade de dialogar, de convencer, de negociar no bom sentido para que seus propósitos de governar bem prosperem. Todavia, se disso não resultar em coerente solução, é no povo que o elegeu que deve buscar apoio, socorro. Estando verdadeiramente do lado do povo, o apoio virá. “O povo unido jamais será vencido”, ensina uma velha máxima.  

O prefeito que queremos, antes de tudo, deve ser humanitário, e demonstrar isso através de atos solidários, compreensivos. Quando precisar julgar quem quer que seja deve ter consciência que está lidando com seres humanos, passíveis de falhas — mas isso, claro, no limite do aceitável. Todavia, prestigiar, para ser justo, os que têm mérito, os que se empenham mais para acertar e realizar mais.

O prefeito que queremos não deve abrir mão de sua autoridade. Ele é o chefe do governo; ele é o responsável, direto ou indireto, pelo que acontece em sua gestão. Não deve dizer que não sabe, que não tem culpa se algo comprovadamente errado acontecer em seu governo. Não vale se fingir de morto. Isso atesta incompetência, falta de caráter. Seus assessores diretos devem mantê-lo informado de seus atos, e, nas decisões mais relevantes, consultá-lo antes de agir. A hierarquia é fundamental para qualquer sociedade organizada que pretende alcançar nobres e procedentes objetivos. Porém, uma equipe para ser eficaz precisa ser prestigiada de modo equilibrado — quem não se alinhar a esse contexto harmônico  deve ser afastado de sua função.

O prefeito que queremos precisar ser pragmático, e decidir no tempo certo, sem perda de tempo. Porque Porto Velho tem caminhado a passos largos e rápidos por problemas e oportunidades que se avolumam.  Nossa amada cidade tem pressa.   Muita pressa.

O prefeito que queremos, que deve ser um verdadeiro cidadão na melhor expressão do termo, precisa chegar logo. Esperados todos que ao cair da tarde deste domingo, quando o Sol desaparecer por trás das matas da margem esquerda do nosso rio Madeira,  um novo sol surja no destino da nossa Porto Velho para iluminar seu doravante com muita prosperidade e dias mais felizes para nossa gente.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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