Sexta-feira, 30 de dezembro de 2011 - 18h51
O que esperar do novo ano que começa? Quase tudo! Eis a questão: quase tudo! Porque quase tudo, no contexto das individualidades, pode acontecer na vida de cada um de nós durante o razoável período de 365 dias. Inclusive um pouco ou quase nada de diferente dos anos anteriores.
Ao tempo que isso é preocupante, é também instigante. É a condição do viver, do existir. Por mais que tomemos todas as precauções, que projetemos o porvir com os mínimos detalhes, há sempre incertezas nos espreitando nas esquinas dos momentos.
De nada adianta temer essa condição existencial. A dúvida é uma companheira que não gosta de nos largar a mão. Certeza mesmo, em relação à vida, só temos uma. Mas essa tal, deixemos pra lá; se possível, bem longe de nós – pelo menos enquanto a vida valer a pena.
A despeito das incertezas que pontificam, não devemos admitir que estamos nas mãos do acaso. A mercê de um destino previamente traçado que não muda seu curso, que é, inexoravelmente, como é. Seria um disparate admitirmos que somos escravos de uma trajetória predeterminada.
O que acontece em nossa vida, em grande parte, é produto das nossas escolhas, do nosso livre-arbítrio, que geram nossos atos. Nem tudo, é claro. Por vezes trazemos conosco marcas genéticas que podem ser bênçãos ou maldições. Há ainda os infortúnios, os imprevistos. Situações que fogem ao nosso controle. Todavia, a maior parte dos momentos que vivenciamos, direta o indiretamente, é condicionada por nós. Por óbvio, se escolhemos bem, damo-nos bem; se escolhemos mal, podemos ter de pagar um preço por isso.
A pressa em dar respostas aos dilemas do cotidiano é a responsável pela maioria das nossas escolhas equivocadas. Decidir sob pressão, ainda que seja somente a do tempo, pode ser um grande risco. Quantas vezes por questão de minutos ou até mesmo de segundos deixamos de cometer um grande erro? Saber controlar a ansiedade antes de escolher é algo que só tem a nos ajudar a decidir melhor.
Outro fator que põe em risco nossas decisões é o ímpeto de toma-las a qualquer custo. Isto acontece quando somos movidos por uma compulsão que nos torna cegos para os lados negativos da razão da escolha e só nos mostra as vantagem, o lado positivo. Mesmo que outras pessoas, inclusive as de nossa confiança, ponderem que o caminho que queremos escolher não é o melhor a ser seguido, insistimos em optar por ele. Em dados momentos de nossa existência, parece que somos incorporados por uma força incontrolável que nos insta a agir sem noção das consequências de alguns de nossos atos. São as tentações irrefreáveis que tantos males causam à nossa vida e a dos outros.
O nosso doravante depende, portanto, em grande parte, de cada passo que dermos daqui para frente. Quanto aos fatos fora de nosso alcance de influenciar sobre eles, é esperar para ver o que acontecerá. Resta-nos desejar que aconteça o melhor. Feliz ano novo para todos nós!
Pedir segunda opinião médica: um dilema dos pacientes
Até que ponto é válido ouvir uma ou mais opiniões de outros médicos quando se quer avaliar a do médico que nos trata? Essa atitude tem resultados pr