Sábado, 1 de dezembro de 2012 - 09h34
É sempre assim. E nem poderia ser diferente. Após uma eleição, em particular para cargos executivos, cria-se uma expectativa sobre quem serão os escolhidos para assessora o vencedor.
Mauro Nazif, o prefeito eleito, vive esse momento de escolha. Que não transcorre sem pressões, como se sabe. No contexto da política partidária essas escolhas raramente têm o cunho estritamente pessoal. Mesmo porque não se ganha sozinho uma eleição desse porte. Demonstrar ingratidão àqueles que ajudaram na conquista da vitória não faz bem à imagem do vitorioso, trazendo-lhe muitos incômodos.
Não há motivo para que a escolha do secretariado do novo prefeito de Porto Velho desobedeça esse pressuposto basilar da política. Ou seja, seu colaboradores diretos serão aqueles que antes e durante campanha demonstraram devotamento ou apoio importante à causa mais premente do candidato: ganhar a eleição.
Escolher baseado nesse critério pode ser um agravante. Dentre aqueles nele enquadrados há fiéis escudeiros que são bons para colaborar no processo eleitoral, porém não têm competência, tampouco o menor talento para assumir os cargos que pretendem. Convencê-los disso, convenhamos, é difícil. Muito difícil. Pensar que tenham nobres sentimentos a ponto de abrirem mão dos interesses pessoais em favor do melhor andamento da função que desejam, nem pensar. Daí pra frente, o que era apoio incondicional, pode virar sentimento destrutivo, conspiração.
Político experiente, Mauro vai ter que encarar essas situações como todos tiveram em sua condição. Há, todavia, um detalhe: sua experiência está fundamentada nas funções legislativas que exerceu; nas executivas, essas questões têm um peso consideravelmente maior. Precisará exercitar, portanto, toda sua capacidade de lidar com o mundo político-partidário para ter condições de escolher secretários e demais assessores importantes que venham atender as reais e graves necessidades que esperam solução na nossa cidade.
Destaque-se que a formação da primeira equipe de governo se dá no momento mais adverso para essas escolhas. Os correligionários estão com sede de poder, ansiosos, querendo logo assumir algum cargo – alguns estão a pão e água há muitos anos. Por outro lado, é justamente essa primeira equipe que dará a primeira impressão – que é muito importante – sobre o que se pode esperar da gestão que inicia. Em tese, possibilita fazer um prognóstico de como transcorrerá. O perfil de cada escolhido será repassado para a imagem do prefeito. Se competente, com jeito de bem intencionado, é um bom prenúncio. Se não, é o que já sabemos e sofremos.
Há cargos, como bem sabe Mauro, que não basta tão somente o saber nem os títulos acadêmicos. Há que haver militância prévia, ser do ramo, ter envolvimento sentimental com a questão. A cultura, o turismo e os esportes são bons exemplos disso.
Resta-nos desejar que o novo prefeito acerte o tanto quanto for possível acertar nas escolhas que fará. E que aqueles que se dizem seus amigos e apoiadores tenham consciência ao fazerem suas indicações. Que proponham pessoas verdadeiramente qualificadas para a função que irão exercer, com história de vida que avalize o compromisso com os legítimos anseios da população da nossa amada Porto Velho.
Pedir segunda opinião médica: um dilema dos pacientes
Até que ponto é válido ouvir uma ou mais opiniões de outros médicos quando se quer avaliar a do médico que nos trata? Essa atitude tem resultados pr