Sexta-feira, 17 de setembro de 2010 - 18h39
Cada um olha a vida do próprio jeito. Vidas iguais não há. A existência é única. Cada um tem a sua.
O mesmo acontecimento, real ou imaginário, pode ter várias leituras. Ainda que a escrita seja a mesma.
Há os otimistas, que percebem o sol por trás das nuvens a ponto de sentir sua luz e seu calor antes mesmo que lhe tenham chegado. Seu estado de querer ver o melhor da paisagem existencial faz com que a ilusão predomine sobre a razão.
Quanto aos pessimistas, por vezes negam o melhor até diante de fortes evidências de sua presença. Negar é seu verbo preferencial. Desconfiados, são instados a dizer não quando o sim é o caminho e a verdade.
Uma citação de Frederick Langbrige resume a ambiguidade dos olhares humanos sobre a vida:”Dois homens na mesma janela: um vê a lama, o outro as estrelas”.
Os otimistas, os que vêm céus estelares mesmo nas noites ameaçadas de tempestade, cometem erros por acreditar demais em suas conjecturas de acerto. Estes sempre tentam mais, são mais impulsivos, empreendedores porque acreditam, na maioria das vezes, que tudo vai dar certo.
Os pessimistas, por sua vez, também erram por não acreditar o quanto deveriam nas possibilidades de acerto. Seu olhar tende a ver o pior que a janela por onde olham pode mostrar. A negativa, a antevisão catastrófica, faz com que reduzam suas tentativas e, consequentemente, seus erros e certos. São contumazes perdedores de oportunidade. Preferem não tentar que correr o risco de errar.
Otimistas e pessimistas não tendem expressar a verdade em suas conclusões. Porque são tendenciosos, movidos por preconceitos e não por conceitos.
Os fatos não são o que poderiam ser, mas o que são. É a realidade nua e crua: a vida como ela realmente é. É ela que acontece e é com ela que devemos lidar com o equilíbrio e o bom senso possíveis. O resto são deduções teóricas nem sempre coincidentes com o que de verdade acontece.
Não é fácil nos livrarmos das tendências implícitas em nosso DNA, em nossa personalidade. Há os que nascem otimistas e os que nascem pessimistas. Livrar-se disto para se equiparar aos que tiveram a ventura de nascer realistas não é façanha que possa ser realizada com facilidade. Mas não custa tentar. Porque a vida é real, não imaginária.
Fonte: Viriato Moura - viriatomoura@globo.com
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