Terça-feira, 14 de dezembro de 2010 - 22h32
Dia 13 de dezembro, segunda-feira passada, foi um dia histórico para a cultura de Rondônia. Pela primeira vez um governador eleito, antes de sua posse, convocou para uma reunião os mais expressivos segmentos culturais de nosso Estado.
O encontro aconteceu no início da noite no auditório da Unir Centro. Confúcio Moura, conforme declarou, surpreendeu-se com a presença maciça dos convidados. “Pensei que conversaria informalmente com seis ou sete pessoas”, disse textualmente.
A presença da maioria dos abnegados envolvidos com a promoção cultural regional atestou a importância que se dá em nosso meio a essas questões. Deferente do que imaginou a maioria dos governantes que por aqui passou, que desprovida de sensibilidade cultural nivelaram a percepção de nosso povo a suas ignorantes letargias.
O povo de Rondônia, brioso e com sensibilidade, quer, sim, preservar seus valores culturais. Quer, sim, manifestar seus diversos talentos. Quer, sim, ser percebido como gente que quer muito além de pão e pirotecnia vã.
A pasta da Cultura foi tão desprezada e desqualificada que foi dada como presente de quinta categoria a qualquer aventureiro de cérebro precário que se contentava em promover quermesses e coisas que o valham. Gente que ignorava nossa história, consequentemente a importância de nosso patrimônio histórico; que desconhecia nossos artistas, nossos poetas, escritores. Gente sem prestígio que aceitava uma migalha (hoje a Cultura recebe 0,1% do orçamento estadual para pagar, inclusive, sua folha), migalha que era muito para quem nada fazia e nada para quem pretendesse desenvolver os projetos que precisam ser viabilizados.
Os promotores dos eventos culturais, coitados, eram tratados com desprezo por essa gente sem compromisso com as nossas coisas. Tantas propostas interessantes, mas as tais autoridades quando não os enrolavam com desculpas, davam-lhes apoio pouco significante.
Chega desse descaso!
Temos todos os motivos para acender, de verdade, a luz que tantos tentaram acender mas que não conseguiram para tirar das trevas da apatia cultural esses insensíveis e desprovidos. Confúcio é médico, escritor, poeta. Um humanista, por natureza. Tudo indica que agora vai.
Para começo de conversa, ele foi logo dizendo a que veio. Disse, ao final da reunião, que destinará o Palácio Presidente Vargas, quando a sede do governo for transferida para o Centro Administrativo do Estado, para as entidades culturais. Antes que se estabeleça um despropositado impasse sobre qual entidade assumirá o destacado prédio, achei por bem conversar com o governador eleito, logo após o encontro. Sugeri-lhe que o transformasse no Palácio da Cultura. Algumas das muitas salas disponíveis seriam destinadas às sedes das entidades culturais legalmente constituídas. Outras seriam ocupadas por biblioteca especializada na cultura regional, abrigariam o acervo de documentação histórica do Estado (hoje no prédio da EFMM), seriam salas de aula de música, artes visuais, dança etc. Os salões, transformados em museus. As entidades culturais, democraticamente, discutiriam a melhor utilização para o valioso espaço. No mais, o fato de todas essas entidades estarem próximas facilitaria a interação umas com as outras em favor da nossa cultura. Unidas e coesas, seriam mais fortes, com maior poder de barganha.
O Palácio Presidente Vargas foi iniciado em 1948 e concluído 1954, quando foi inaugurado. Ao deixar de ser a sede do Poder Executivo estadual no próximo ano, precisa ter uma finalidade compatível com sua relevância histórica. Transformá-lo em nosso Palácio da Cultura é dar-lhe o melhor destino que merece.
Fonte: Viriato Moura - viriatomoura@globo.com
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