Quarta-feira, 12 de outubro de 2011 - 17h56
As dores nas costas atingem o ser humano desde os tempos remotos. Hipócrates (460-377 a.C), o pai da medicina, descreveu alterações da coluna vertebral que produzem algias na face posterior do tronco. Desde então, muitos autores se dedicaram ao estudo e à pesquisa dessas dores que ocupam o segundo lugar em frequência das dores sentidas pelo ser humano.
Afinal, por que as costas doem tanto? Esse tipo de dor é o preço mais alto que o ser humano paga pelo fato de ter assumido a posição bípede. Com o advento da modernidade, consequentemente da industrialização, essa condição piorou porque o homem ainda não se adaptou completamente às exigências posturais impostas às suas costas.
Uma observação mais atenta do complexo composto pelos elementos de sustentação do tronco numa postura ereta explica os motivos do aparecimento dessas dores com tanta frequência. A coluna vertebral pode ser comparada a um edifício cujos andares são as vértebras articuladas entre si, a maioria delas separada entre si por discos intervertebrais, e sustentadas por ligamentos. Como se não bastassem as peculiaridades de sua anatomia, a coluna precisa se movimentar para cumprir uma de suas funções (movimento do tronco). Cabe-lhe, também, sustentar o corpo numa situação de desequilíbrio biomecânico – sua localização na parte posterior do tronco exige-lhe mais esforço para mantê-lo ereto em posição ortostática. A coluna tem ainda a importante função proteger a medula nervosa, um prolongamento do sistema nervoso central. Entre as vértebras emergem as raízes nervosas, que ficam vulneráveis à compressão por calcificações – os osteofitos, conhecidos popularmente como “bicos de papagaio” –, por hérnias de discos intervertebrais, traumas ósseos, infecções vertebrais, tumores ósseos, corpos estranhos etc.
Além das condições anatômicas e funcionais da coluna, o estresse emocional é um dos fatores etiológicos importantes dessas dores. A liberação de adrenalina provocada pelas situações de tensão levam à contratura da musculatura esquelética, com isso as grandes massas musculares das costas impõem maior esforço às estruturas que compõem e sustentam a coluna vertebral que, por mecanismos diversos, podem causar dor.
A postura moderna tem dado mais ênfase à posição sentada, que é a mais danosa às vértebras e aos discos intervertebrais. A falta de adaptação, física e psíquica, reflete-se no fato de os músculos exercerem suas funções sob tensão.
Destaque-se, também, que, com o envelhecimento, surgem as alterações degenerativas que atingem indiscriminadamente as pessoas, e que podem provocar essas dores. A propósito disto, muitos querem se locupletar dessa situação para auferir benefícios injustos junto à previdência social ou até mesmo através de ações trabalhistas na tentativa de "culpar" o trabalho que exercem por seus "bicos de papagaio", protrusões discais e até hérnias de discos. A maioria dessas investidas pode ser julgada improcedente se o reclamado contar com perícias e pareceres técnicos feitos por especialistas experientes. Há, todavia, alguns afazeres que podem atuar como causa ou concausa dessas dores. Definir a verdadeira etiologia de determinadas dores nas costas, em particular as atribuídas ao aparelho locomotor, ainda oferece dificuldades, mesmo aos médicos mais experientes. Na maioria das vezes, essas causas são múltiplas.
Das múltiplas causas que podem provocar dores nas costas, as mais frequentes estão relacionadas à postura física e mental. Para reduzir seu elevado índice, impõe-se praticar atitudes que eliminem ou, pelo menos, reduzam as condições que podem produzir essas dores, sendo as principais as posturas estáticas e dinâmicas corretas e a prevenção ou administração correta das condições de estresse.
Fonte: Viriato Moura / jornalista DRT-RO 1067 - viriatomoura@globo.com
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