Segunda-feira, 6 de maio de 2013 - 19h15
Há expressões que parecem ter sido consagradas pelo uso como verdadeiras: gosto não se discute; religião não se discute, e assim por diante. Não se discute por quê? Qual os motivos minimamente aceitáveis que avalizam condutas de cerceamento da liberdade para discutirmos qualquer assunto? A razão rejeita todos.
A princípio, tudo deve ser submetido ao crivo do descrédito. Para acreditar com razão é preciso, inicialmente, desacreditar. Acreditar por acreditar é subserviência, é negação do maior diferencial que o ser humano dispõe: sua inteligência.
O mundo, diferente do que esperava que fosse, está abarrotado de gente que acredita num sem contas de aleivosias, muitas delas que não suportam qualquer questionamento pertinente sem caírem por terra. Eis uma grande verdade: acredita-se demais. Dá-se voto de confiança demais. O falso assenta-se à mesa das mentes e participa de banquetes sem pedir licença – e fica à vontade como se fosse convidado. Enquanto o verdadeiro se sente tão constrangido com a desenvoltura e com o prestígio desse seu arqui-inimigo que, por vezes, prefere se recolher em seu canto e ficar calado.
Tudo, absolutamente tudo, senhoras e senhores, não só merece como pode ser analisado com acuidade, discutido à exaustão. Esse é o caminho mais seguro que leva à verdade. Quando mais gente dando opinião, questionando sob as mais diversas óticas, mais chances de depurarmos os conceitos e chegarmos a definições mais verdadeiras.
O medo de abordar certos assuntos publicamente faz com os interessados nas falsidades se disseminem e prosperem – eles as difundem em profusão. O pior é que esses tais galgaram tanto poder que, a cada dia, torna-se mais difícil enfrentá-los com chances de sobrepujá-los. A mentira se dissemina como um vírus, enquanto a verdade tende a convencer mais lentamente. Os falsos tendem as ser talentosos comunicadores que convencem até com o imponderável, sem compromissado com a comprovação. A mentira se vale da imaginação, que não tem limites porque não se sustenta pelo ônus da prova. Já a verdade, ainda que se mostre clara e evidente, pode precisar ser provada com fatos irrefutáveis.
Enquanto não nos conscientizarmos que precisamos colocar nossa mente a serviço das verdades da existência, tentando, no limite do possível, encontrá-las nesse mar de incertezas chamado vida, corremos o risco de ser manipulados por espertalhões que sabem muito bem onde encontrar os pontos fracos de incautos para alvejá-los impiedosamente. Quando isso ocorre, o veneno da sedução de suas flechas certeiras tomam conta de pensamentos e atos de suas vítimas. Como os falsos geralmente tentam esconder suas verdadeiras intensões, acreditar neles pode até levar à servidão dos crédulos que, nesse contexto, está sempre de tocaia com seu abraço de tamanduá.
Pedir segunda opinião médica: um dilema dos pacientes
Até que ponto é válido ouvir uma ou mais opiniões de outros médicos quando se quer avaliar a do médico que nos trata? Essa atitude tem resultados pr