Sexta-feira, 12 de novembro de 2010 - 20h00
Há pessoas que se maldizem por pouco. Por quase nada, às vezes. Reclamam do calor do verão, do frio do inverno, da luz, do escuro. Dos namorados, dos cônjuges, dos filhos, dos amigos, e até de pais e avós. Reclamam e reclamam.
Uma dor de cabeça, um mal-estar ou um pequeno incômodo já são suficientes para se acharem predestinados à dor.
Uma adversidade já é justificativa para se reconhecerem sem sorte e blasfemarem contra tudo e contra todos lhes atribuindo culpa por todo o mal que lhes acontece.
Qualquer motivo serve para extravasarem seu desencanto pela vida. Para esse tipo de gente o ótimo é bom; o bom, mais ou menos, e o mais ou menos é ruim. Sua satisfação não tem medida.
A idéia fixa de que algo de negativo, se ainda não lhes ocorreu, certamente os espera de tocaia nas próximas encruzilhadas da vida é algo que os acompanha no cotidiano.
Certamente que a quem pensa assim falta uma percepção justa e analítica de seu derredor. Não enxergam os tantos que padecem com dores, por vezes atrozes, do corpo e da alma, uns até com a morte anunciada; os muitos que não têm o pão de cada dia e nem um teto para morar, que dependem exclusivamente dos outros para sobreviver. Ou seja: não conseguem ver uma multidão de desvalidos cuja vida é sinônimo de sofrimento incessante.
Quem maldiz a vida por pouco, é mais que um pessimista. É um ingrato. Porque queixar-se sem motivo consistente. Faz-se de vítima com o propósito escuso de ser visto com piedade e receber em troca condescendência para dela se locupletar.
Há dias, reconheçamos, que podemos até exercer esse direito de exteriorizar nossas mágoas pelos momentos de amargura. Porque esses ocasionais desabafos podem até, se dosados com coerência, nos ajudar a seguir em frente desde que usemos a energia de nossa revolta com a adversidade para partir, decididos e com determinação, em direção ao eventual obstáculo que nos atormenta para ultrapassá-lo.
Fora desse propósito, é tempo desperdiçado. Porque, como sabemos, reclamar do escuro não acende a luz.
Que tal encontrar o interruptor e acioná-lo?...
Fonte: Viriato Moura - viriatomoura@globo.com
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