Terça-feira, 3 de novembro de 2015 - 15h18
Na manhã desta terça-feira (3) fui surpreendido pela notícia do assassinato do dileto colega e amigo Alexandre Muller. O impacto foi maior, para mim e, certamente, para todos que tomaram conhecimento da tragédia, quando soubemos que o autor do crime foi seu próprio filho.
A morte de Alexandre, por si, já seria motivo de desconforto afetivo para muitos dos que o conheceram. Para os familiares, certamente uma perda irreparável. Mas morrer vítima de alguém a quem por certo dedicou o seu amor na maior dimensão humana possível, é algo que nos faz refletir sobre a perdição que se alastra pelo mundo a ponto de se praticar o parricídio.
Convivi pouco com Alexandre, mas os contatos que com ele mantive, inclusive quando foi secretário estadual de Saúde, levou-me a deduzir que se tratava de alguém imbuído de bons propósitos em relação à sua função pública. Mesmo quando atuava nas fiscalizações da Vigilância Sanitária, era aberto ao diálogo e não me consta que tenha tomado medidas tendenciosas radicais que viessem a prejudicar quem quer que seja.
Lembro-me quando ele esteve comigo para conversarmos sobre possíveis soluções para os graves problemas que cronicamente vinham atingindo sua pasta. Infelizmente não deu tempo de pô-las em prática — logo em seguida fora surpreendido pela exoneração do cargo. Não é porque Alexandre partiu antes do combinado que destaco suas virtudes como homem público. Além do mais, pelo que sei, ele passou incólume pelo terreno minado por onde caminhou.
Alexandre Muller formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal da Paraíba, em 1982, e se especializou em Medicina Preventiva Sanitária e do Trânsito. Em Rondônia, formou-se em Direito. Exerceu diversos cargos relevantes no setor de Saúde do Estado, sendo o último deles o de secretário, no governo de Confúcio Moura. Sua morte precoce, aos 58 anos, certamente deixa uma lacuna entre os servidores públicos de Rondônia que prestam relevantes serviços em suas áreas de atuação.
Se outra dimensão existir como muitos acreditam, será difícil para o dileto amigo, face as condições em que sua vida foi ceifada, descansar em paz. Mesmo assim, pela fraterna convivência que tivemos, cumpre-me suplicar que na transcendência onde agora habita exista a suprema chance de que um dia, no tempo eterno, possa encontrar a paz que este mundo material costuma nos negar.
À família enlutada, em meu nome e de todos os colegas nossos de minha equipe, minhas sinceras condolências.
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