Terça-feira, 29 de julho de 2014 - 21h31
Morreu na tarde desta terça-feira (29), em Cuiabá, o conceituado médico pioneiro Leônidas Rachid Jaudy. O texto de minha autoria que segue, publicado no livro Primórdios da Medicina em Rondônia, editado sob os auspícios do Conselho Federal de Medicina, lançado em 23 da abril do ano passado, é uma singela homenagem póstuma que presto ao querido amigo que, pelos competentes e humanitários serviços prestados ao povo de Rondônia nos anos em que aqui viveu, deve ser lembrado com gratidão para sempre.
Leônidas Rachid Jaudy nasceu em 16 de julho de 1932. Formou-se pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ,) em dezembro de 1959.
Chegou ao antigo território federal de Rondônia em 1960. Em outubro daquele ano foi contratado pelo governo. Quando começou suas atividades teve de enfrentar uma região insalubre com grande incidência de malária, tuberculose e hanseníase, entre outras doenças tropicais debilitantes e até fatais.
Ao longo dos 32 anos de atuação, exerceu várias funções públicas: diretor do Hospital São José, diretor da Maternidade Darcy Vargas, diretor de Saúde e, posteriormente, secretário de Saúde, Educação e Serviço Social. Labutou ao lado de figuras exponenciais do nosso pioneirismo médico da segunda metade do século passado como foram: Hamilton Raulino Gondim, Ary Tupinambá Penna Pinheiro, Lourenço Antônio Pereira Lima, Rafael Vaz e Silva, Hélio Sthuthos Arouca, Murilo Oliveira, Arilda Mota Siqueira, Nelson Couceiro, José Adelino da Silva, Noel Bispo dos Santos e Carlos Alberto Brasil Fernandes.
Rachid foi um soldado de destaque desse grupo de combatentes de doenças que atuou em Rondônia. Cirurgião vocacionado e talentoso, operava com elegância e destreza. Ao ser procurado pelos acadêmicos de medicina que passam suas férias em Porto Velho, permitia que o auxiliassem nas cirurgias enquanto ministrava ensinamentos fundamentados no saber teórico e em sua longa vivência. De temperamento agradável, cativava a todos que com ele conviviam.
Como homem público, desenvolveu um trabalho notável. Em suas gestões foram realizadas as seguintes obras: construção do centro cirúrgico, do laboratório de análises clínicas, do pavilhão de neuropsiquiatria e a aplicação das enfermarias do Hospital São José. Na Maternidade Darcy Vargas, construiu o centro-obstétrico, o berçário, dez apartamentos e ampliou o número de leitos. A Comunidade Aben-atar recebeu ar-condicionado e teve reformada suas copa e cozinha, além de ter sido dotada de médico e dentista. Em sua gestão como secretário de Saúde construiu o primeiro hospital ortopédico de Rondônia, o Hospital das Doenças do Aparelho Locomotor, em parceria com o Hospital Sara Kubitschek, de Brasília, dirigido peloprofessor Aluízio Campos da Paz.Rachid determinoua reformae a ampliação de outras unidades de saúde de Porto velho, Guajará-Mirim e diversos municípios de Rondônia.
A participação política do eminente médico reveste-se, também, de grande importância. Respondeu pelo governo do Território de Rondônia por quatro vezes. Em todas as funções exercidas postou-se com denodo, dedicação e competência.
Ao se aposentar, Rachid retornou à sua terra natal, Cuiabá, onde usufrui, junto com seus familiares, merecidos dias de repouso certamente com a consciência tranquila de quem cumpriu meritoriamente o seu dever de médico e de cidadão. O povo de Rondônia jamais deveria esquecer essa figura exponencial da medicina exercida em nosso meio.
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Até que ponto é válido ouvir uma ou mais opiniões de outros médicos quando se quer avaliar a do médico que nos trata? Essa atitude tem resultados pr