Sexta-feira, 11 de maio de 2012 - 19h45
Ao cair da noite de ontem, dia 10, a luz dele apagou para sempre. Igor era seu nome. Cãozinho amado da raça poodle que entrou em nossas vidas há 15 anos. A primeira visão que dele tivemos foi de um novelo de algodão com dois pontinhos pretos brilhantes por onde ele via o mundo. Naquele dia, estabeleceu-se entre nós um vínculo indissolúvel atado pelos nós do coração.
Ao redigir estas linhas, sou tomado pela emoção que molha os olhos ao lembrar, já com saudade, dos dias felizes de sua presença, quando circulava sereno em nosso lar e habitava na mais recôndita morada dos nossos melhores sentimentos.
Igor foi habitar na Pasárgada canina, onde também será amigo do rei, por desígnio do ciclo vital, esse limitador irrecorrível da existência. Era saudável, face aos cuidados que recebera desde que nasceu. Todavia, nos últimos tempos, alquebrado pelos anos que já eram muitos para um cão, pouco se movimentava, e recebia alimentação diretamente das mãos da minha mulher, Ana Christina, na maioria das vezes. Atenção, carinho e afeto não lhe faltaram.
A presença de Igor em nossa existência nos proporcionou sua beleza, sua serenidade e sua afeição, esta que demonstrava, ao seu modo, em relação aos que com ele conviveram. Igor tinha o poder de despertar enlevadas emoções, amor. Que virtude maior se pode querer de um ser vivo?
Quando a dona da finitude, insidiosa e sorrateira, começou a rondá-lo, desejamos que não o fizesse sofrer antes de levá-lo. Que sua passagem fosse serena como foi serena sua permanência entre nós. E assim aconteceu: ele se foi após um brevíssimo período das ânsias próprias de quem se despede para sempre. Tudo fizemos para que não se fosse... Morreu nos braços da minha mulher, recebendo seus afagos até o derradeiro suspiro. Eu e meu filho Fabrício compartilhamos com ela sua tão triste tristeza. Horas após, Igor foi sepultado sob uma árvore frondosa na residência da querida Alzira (Dadá).
Nosso amado cãozinho se foi, mas deixou sua marca indelével em nossas vidas. Marca mais significativa que um ser, humano ou não, pode deixar em sua trajetória existencial: a capacidade nata de encantar e de se fazer amar.
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