Segunda-feira, 10 de novembro de 2014 - 05h02
“Nada no mundo é mais perigoso que a ignorância sincera e a estupidez conscienciosa.”
Martin Luther King Jr.
Dentre os vários significados que os léxicos dão à palavra cultura, destaco: instrução, saber, estudo. A falta desses atributos numa pessoa a faz refém da própria ignorância, ao tempo que limita sua sensibilidade para interpretar as entrelinhas da vida. O olhar do inculto e insensível é opaco, falta-lhe capacidade para enxergar com maior clareza as percepções do mundo que o cerca.
Uma pessoa desprovida de saber, portanto, padece de um mal que pode lhe custar caro — e com frequência custa. Por não ver com a acuidade necessária, nem precisa ser empurrada para cair nos eventuais precipícios do cotidiano. É presa fácil para espertalhões que se locupletam de suas deduções obtusas para levarem vantagem sobre ela. E mais ainda: pelo fato de muitos sabores sutis da existência quase nada ou até mesmo nada dizerem a seus gostos, perdem oportunidade de degustá-los com o prazer que eles contêm.
Um ser culto dispõe de armas poderosas para se contrapor às muitas investidas de tocaia nas encruzilhadas da existência. Sabe melhor discernir, tomar decisões; enfim, escolher adequadamente com mais propriedade. Não é ovelha que acompanha o rebanho sob ordens dos que o conduzem ao bel-prazer de seus propósitos nem sempre nobres. É, sim, um ser possuidor de uma carapaça que o protege e o distingue a ponto de inibir ataques inescrupulosos de indivíduos dissimuladores, que manipulam o coletivo apenas para obter vantagens pessoais.
Estimular a aculturação do semelhante, de um povo, demanda posse de caráter altruísta. Os entusiastas da cultura existem, mas, lamentavelmente, são proporcionalmente poucos. Porque quem assim age fortalece o outro, municia-o de ferramentas, de capacidade de proteção e de ataque. A maioria dos que detêm o poder prefere, por motivos óbvios, gente ignorante, logo, fragilizada. Pessoas que acreditam mais em suas promessas falaciosas, que acham real os factoides que engendram para atingir seus objetivos escusos.
No contexto de nossa realidade nativa, muitos que deveriam, por dever de ofício, catalisar reações em favor desse processo formador e transformador de nossa gente não o fazem. Nem sempre por distorção de caráter, sejamos justos, mas pela inépcia de suas mentes. Como vivem nas trevas do não saber, nem sequer visualizam luzes que podem mudar a si e o mundo para melhor. Insistem, por não enxergar, em perseverar na utilização do tato para se mover. A pior cegueira, diz o dito popular, é a daquele que não quer ver. Porém existe uma pior e mais perigosa que essa: a daquele que não se deu conta de que não vê. Pior para si e para os outros com quem se relaciona de algum modo.
Senhoras e senhores, respeitosamente vos digo que não haverá o esperado novo tempo melhor em qualquer nível da existência se as nulidades continuarem dando as cartas e o fatos acontecerem ao sabor do acaso, como num jogo de dados. Muitas e muitas vezes nem tanto ao acaso assim visto serem esses dados manipulados no contexto de um jogo no qual alguns protagonistas dominam a arte do blefe.
Pedir segunda opinião médica: um dilema dos pacientes
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