Sábado, 19 de março de 2011 - 18h07
Imaginem se a vida fosse como os filmes de desenhos animados, onde tudo pode. Onde o que gera e decorre dos fatos obedece tão-somente a criatividade dos autores da película.
Os protagonistas, mesmo que vitimados por lesões fatais, logo aparecem ilesos como se nada tivesse acontecido. Seus corpos, quando deformados, voltam a mais perfeita normalidade.
Os filmes de desenhos animados não têm limite para o ser e o estar. Neles, nem o tempo tem significado de tempo. São viagens ao sonho, ao imponderável.
Mesmo sendo criados para um público infantil e infanto-juvenil, são do gosto de adultos de todas as idades. Porque não nos é de todo possível extinguir por completo a criança que habita em todos nós. E aqueles que tentam tamanho desativo, cometem o mais insensato de todos os suicídios.
Como a vida não é como os filmes de animação, nossos atos geram consequências reais. Algumas, passível de corrigir, de apagar. Outras, não. Deixam marcas indeléveis que farão parte de nossa lenda pessoal. Marcas por vezes feitas a ferro e fogo que ardem em nossos corpos e mentes.
Nem sempre as dores e demais danos provados em nós e nos outros por uma ação imprópria que praticamos são proporcionais ao que realmente fizemos. Mas o que nosso ato representa no contexto de valores morais e afetivos das partes envolvidas. Há vidas que se transformam num inferno tão-somente porque alguém vacilou, cometeu um engano; ou até mesmo um sutil deslize.
Todas as vezes que formos tomar uma atitude precisamos ter consciência de que nem sempre podemos apagá-la de nossa biografia. Que nem sempre os danos causados aos outros e a nós podem ser reparados, perdoados.
A vida real pode não nos dar as oportunidades que os criadores dos filmes de animação gráfica dão a seus personagens e aos ambientes onde atuam de se recomporem como se nada tivesse acontecido, mas nos contempla com chances de vivê-la como um filme com enredo feliz. Identificar e aproveitar essas chances são os propósitos mais inteligentes da nossa existência. O resto é apenas o resto.
The end.
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